A Coligação Negra por Direitos realizará hoje uma manifestação no Brasil para exigir a vacinação em massa contra a Covid-19 e ações de combate à pobreza, incluindo a retomada da ajuda emergencial.
Tal ato ocorrerá em frente às
legislaturas estaduais e prefeituras das principais cidades do país.
A organização, que reúne 200
entidades, emitiu uma declaração convidando os brasileiros a participar da
mobilização.
Durante o dia, diz, eles
denunciarão o estado de calamidade pública causado pela pandemia de Covid-19,
que, embora não tenha criado racismo, 'gerou impactos desiguais, tornando a
população negra e periférica ainda mais vulnerável, dado o agravamento
substancial de suas condições de vida'.
Em 2019, dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística indicavam que o país tinha mais de 13
milhões de pessoas em extrema miséria e outros 52 milhões em pobreza.
Diante deste panorama, a
Coligação Negra exige uma ajuda emergencial minimamente digna.
O governo do Presidente Jair
Bolsonaro está defendendo um auxílio de três parcelas de 200 reais ($37),
enquanto o Congresso Nacional quer oferecer quatro parcelas de 250 reais ($46).
A aliança exige uma assistência
mensal de 600 reais (110 dólares) até o fim da pandemia, como mínimo
necessário.
O texto aponta que o Brasil está
se aproximando de 10 milhões de pessoas infectadas pela SARS-CoV-2, que causa a
Covid-19, e tem mais de 240.000 mortes, um número que corresponde a mais de 10%
das mortes da doença em todo o mundo.
Entretanto, a situação é mais
preocupante para a comunidade negra, os moradores da costa, os quilombolas
(afro-brasileiros) e os moradores da periferia que enfrentam maior
vulnerabilidade.
'A dinâmica de contaminação e
mortalidade do Covid-19 reflete a história de racismo e segregação que se
perpetua em nossa sociedade e se materializa na enorme desproporção, tanto no
número de pessoas infectadas, quanto na alta mortalidade na comunidade negra
urbana e rural', adverte a nota. Denuncia que esta tragédia causada pela doença
no Brasil é 'o resultado da política de morte implementada pelo governo
Bolsonaro. É o programa deste Executivo de extrema direita, um declarado
racista e inimigo dos direitos humanos'.
O documento, que será apresentado na Assembleia Legislativa, exige seis pontos, entre eles, o pedido de uma ampla cobertura da vacinação anti-Covid-19 e a retomada da ajuda emergencial.
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