A historiografia tendenciosa, tenta nos passar a existência de muitos heróis, de homens grandes, estrelas que brilharam no passado e postumamente são homenageados e cultuados em nossos livros didáticos e lembrados freqüentemente por nossos dominantes e por todos os órgãos escritos, falados e televisionados.
Porém, minuciosamente estudados, amplamente lidos, muitos se desiludiram com os chamados heróis, o “olhar clínico” sobre a vida destes, desmistificaram todos e há quem diga que não existiu um único herói que possa ser de fato reverenciado. Todos foram criados, inventados e endeusados com o propósito de justificar os interesses de uma classe, a dominante.
Nos extremos da história, quando voltamos nossas observações para o amplo campo de estudos que a matéria abrange, de fato caem por terra muitos heróis e aparecem apenas mitos. Há muita coisa por trás dos bastidores que não são contadas em nossos livros de maior acesso. E costumeiramente adoramos a quem na realidade deveria ser odiado.
Nas grandes guerras, nos grandes conflitos, a razão parece estar sempre com o lado vitorioso. Seriam os derrotados de fato vilões e bandidos? as grandes conquistas, omitem nomes de personagens secundários ignoram que sem estes nenhum propósito seria concretizado.
Os heróis são lendas, são crias do poder aquisitivo, na maioria das vezes quem de fato merece ser aplaudido, não tem seu nome em evidência e pior, nem se quer tem seu nome citado. Há até quem diga que os heróis que se evidenciam, que tem seus bustos em bronze e em estátuas montadas em seus cavalos são na verdade parasitas e não heróis.
Encerramos com a citação do escritor Francisco Carvalho e sua opinião sobre os heróis. Pensemos nisso...
“Não temos heróis nem jamais os tivemos. Afinal, para que servem os heróis? E suas estátuas de granito ou de mármore negro, seus cavalos de bronze, suas medalhas barrocas e as espadas que não passam de metáforas? Para que servem os heróis, se o ácido da chuva desdenha da glória dos homens e nem os pássaros se importam com eles? Para que servem os heróis, se nem sabem quem somos nem jamais ouviram falar dos nossos mitos e utopias’’?(Francisco Carvalho)
Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.
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