Dados de censos colhidos desde o século 19 indicam que a religião pode ser extinta em nove nações ricas que foram analisadas em um estudo científico.
A pesquisa identificou uma tendência de aumento no número de pessoas que afirmam não ter religião na Austrália, Áustria, Canadá, Finlândia, Irlanda, Holanda, Nova Zelândia, Suíça e República Tcheca --o país com o índice mais elevado, com 60%, fez parte do chamado mundo socialista após a Segunda Guerra.
Usando um modelo de progressão matemática, o levantamento --divulgado durante um encontro da American Physical Society-- mostra que as pessoas que seguem alguma religião vão praticamente deixar de existir nestes países.
Na Holanda, por exemplo, 70% dos holandeses não terão religião alguma até 2050. Hoje, esse grupo já é de 40% da população.
Tendência progressista
"Em muitas democracias seculares modernas, há uma tendência maior de as pessoas se identificarem como sem uma religião", afirma Richard Wiener, que trabalha em um centro de pesquisa em ciência avançada, subordinado ao departamento de física da Universidade do Arizona.
A pesquisa seguiu um modelo de dinâmica não-linear que leva em conta fatores sociais e a influência que exercem em uma pessoa a fazer parte de um grupo não-religioso. Os parâmetros se mostraram semelhantes em vários países pesquisados, indicando que a religião está a caminho da extinção nessas nações.
Consciência mais avançada
A rejeição à religião é um sinal de avanço da consciência humana e superação do obscurantismo na percepção da realidade. Ao longo da história, os preconceitos religiosos se chocaram de forma muitas vezes violenta contra o avanço da ciência.
A inquisição católica, na chamada Idade Média, foi uma prova grotesca da incompatibilidade entre religião e ciência, com gênios do pensamento como o filósofo Giodarno Bruno sendo queimados por defenderem ideias científicas ou perseguidos e forçados a uma falsa retratação, como foi o caso de Galileu Galilei, cujo drama foi objeto de uma bela peça teatral de Bertolt Brecht.
Obscurantismo reacionário
No dia 17 de fevereiro de 1600, Giordano Bruno foi queimado vivo no Campo dei Fiori, em Roma, sob acusação de heresia e blasfêmia. Ele sustentava que a Terra girava em torno de Sol, como de fato ocorre, mas a observação científica contrariava os dogmas reacionários da Igreja Católica,que concebia a Terra como o centro do universo.
Ao contrário de Galileu Galilei (1564–1642), Bruno se negou a mudar de opinião. Além disso, por ser padre e teólogo, suas heresias e dúvidas em relação à Santíssima Trindade, por exemplo, partiam de dentro da Igreja e foram interpretadas como um ato de insubordinação ao papa.
Já o físico, matemático e astrônomo Galileu Galilei (1564-1642) preferiu ensaiar uma falsa retratação, fingindo acreditar que a Terra era o centro do universo, conforme acreditava o papa, para não ser queimado vivo. Sobreviveu e deu continuidade, secretamente, às suas pesquisas científicas, na contramão dos dogmas religiosos e do obscurantismo da Inquisição, conforme a bela peça de Brecht (Galileu Galilei).
Do Blog Oni Presente
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