Demanda por saída ao mar será levada a corte internacional, diz Evo Morales
O presidente da Bolívia, Evo Morales, tem insistido na questão de uma saída para o mar para o seu país e tem dados constantes declarações sobre o impasse que mantém com o Chile.
Em duas oportunidades, a primeira há três dias quando concedeu uma entrevista ao jornal chileno El Mercurio, e a segunda, hoje, em um pronunciamento oficial por ocasião do Dia do Mar, Morales afirmou que não desistirá da pauta.
Nas declarações à imprensa do Chile, o presidente afirmou que nas negociações chileno-bolivianas "o tema da soberania não nos distancia, mas sim nos põe um freio, como um bloqueio".
Ao jornal, ele admitiu a dificuldade de encontrar uma resposta para o impasse. "Me coloco no lugar no companheiro [Sebastián] Piñera. Como querer um corredor que vai dividir meu país? O debate está aberto para encontrar uma solução".
O mandatário também ressaltou a relevância da comissão bilateral de alto nível criada recentemente por ambos os governos para negociar os temas pendentes. "A comissão permanente deve ser para isso: analisar e buscar caminhos que permitam resolver com propostas".
Morales ainda afirmou que priorizava uma "decisão política" mais do que levar a questão aos tribunais internacionais. "Nisso eu não acredito tanto", declarou há três dias.
No entanto, hoje seu discurso mudou. Em um ato cívico, o presidente anunciou que o governo levará sua demanda do acesso marítimo a organismos e tribunais internacionais, sem suspender o diálogo bilateral com o Chile.
"Chegou o momento de que a imensa ferida que significa a clausura da Bolívia se fecha em base a um processo justo que lhe devolva sua qualidade marítima", ressaltou.
Segundo o líder do país da América do Sul, "o direito internacional avançou. Agora há tribunais para os quais os Estados podem reclamar e demandar o que em direito lhes corresponde. É possível conseguir que se faça a justiça sem recorrer a nenhuma forma de violência".
A Bolívia perdeu sua saída para o mar durante a Guerra do Pacífico, contra o Chile, no final do século XIX. O ato cívico do qual Morales participou hoje é justamente para homenagear o herói dessa guerra, Eduardo Abaroa, que morreu na defesa da região de Calama, em 23 de março de 1879, no início do confronto.
Fonte: http://www.oreporter.com
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