Peço a deus que me ilumine
Para contar com destreza
A historia de um rei
Dono de grande riqueza
Que vivia tão doente
Mergulhado em tristeza.
Era um rei da babilônia
Tão bondoso com seu povo
Gostava de comer bem
Só não suportava ovo.
Tinha uma doença incurável
Desde os tempos que era novo.
Médicos já tinham examinado
E desenganado o rei:
- O senhor não dura muito
quanto tempo eu não sei
prepare todo o seu povo
e lhes diga o que falei.
O rei não tinha herdeiros
Apenas a velha rainha
Que tinha problemas mentais
E há muito tempo não vinha
Falar com seu velho esposo
Agindo fora da linha.
O rei não disse nada ao povo
E mandou um servo seu
Procurar uma bruxa velha
Que um visconde conheceu
Em uma casa na floresta.
Para tentar o que não deu.
A bruxa recebeu o servo
E disse dessa maneira:
O rei tem algo terrível
Que não se cura com besteira
Para o velho rei viver
Ele vai ter que fazer
O que diz esta caveira.
Para tudo ter resultado
E preciso procurar fundo
Olhando tudo e todos
Com olhar brando e profundo
Encontre um homem que diga:
- Sou o mais feliz do mundo.
Depois que o encontrar
Fará um pedido a ele
Muito simples e barato
Comprará algo que é dele
A camisa que ele usar
Leve ao rei e ponha nele.
Ouvindo isso o servo
Voltou por onde tinha ido
E contou para o rei:
- Para que sejas absorvido
Terás que vestir a camisa
De um homem já vivido.
- Vá junto com homens
Procure por todo o mundo
Encontre um homem feliz
Que tenha um riso profundo
Traga a camisa para mim.
O rei dizendo assim
Caiu num choro profundo.
Juntaram-se sessenta soldados
E saíram a procurar
Andaram várias semanas
Sem nada encontrar
O rei ficou no castelo
Esperando-os retornar.
Os soldados se cansaram
Ninguém era tão feliz
Todos os homens diziam:
- “eu não sei o que fiz
para nascer sem sorte
burro e pouco forte
e viver tão infeliz.”
Elas acharam homens felizes
Mas não como queriam.
Nenhum deles era o mais feliz
Até os que mais sorriam
Tinham algum dia de infelicidade
Mesmo essa sinceridade
Aos soldados convenciam.
Os soldados desistiram
E para casa retornaram.
Antes de chegar ao castelo
Um homem encontraram
Com uma criança no colo
E para ele perguntaram:
- O senhor é feliz aqui
Nesse lugar imundo?
Morando nesse buraco
Cada dia mais profundo.
O homem sorriu e respondeu:
- Sou o mais feliz do mundo.
- O mais feliz do mundo?
Interrogou o capitão.
- Sim, aqui eu tenho tudo.
Casa, comida e diversão.
Minha filhinha saudável
E pela minha esposa paixão.
O capitão compreendeu
Que finalmente encontraram:
- Senhor me dê uma camisa.
E nessa hora se encararam:
- Não. Respondeu o homem.
Os soldados se assustaram.
- Pois venda-nos uma camisa
Ela é para o nosso rei.
Que vive muito doente
O porquê eu não sei.
Para ele se curar
Vai ter que usar
A camisa que comprarei.
O homem disse: Não.
Sem temer de forma alguma.
O capitão disse: por quê?
Se eu só peço uma.
O homem sorriu e disse:
Porque eu não tenho nenhuma.
Revistaram a casa inteira.
O homem falou a verdade.
Chegaram de volta ao castelo
E sem nenhuma novidade.
O pobre rei ficou mais fraco
Até partir pra eternidade.
O rei morreu e seus súditos,
Viviam naquele reinado
Com um capitão no comando
Ele era bem preparado.
Mas nunca se contentou
Pela camisa não ter achado.
O novo rei no castelo
Que era o seu minimundo.
A tarde ia pra janela
Num pensamento profundo.
Esperando uma leve brisa
Lembrou-se que não tinha camisa
O homem mais feliz do mundo.
(Leandro Reis)
No recanto das Letras:
Código do texto: T2115848
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