Metalúrgicos, movimentos de mulheres, estudantes,
trabalhadores rurais estarão nas ruas do Brasil nesta terça-feira (5) em
protesto contra a reforma da Previdência Social. Serão atos públicos,
paralisações, assembleias em portas de fábrica e em agências do INSS, bloqueio
de vias e marchas denunciando a pressão de Michel Temer para que a nova
proposta da reforma da Previdência Social seja votada ainda neste ano na Câmara
dos Deputados.
A nova proposta para a reforma da Previdência Social é mais
enxuta porém mantêm a lógica de dificultar a aposentadoria dos trabalhadores
brasileiros penalizando o setor público (contribuição de 25 anos para
aposentadoria proporcional), mulheres (que terão que trabalhar mais anos para
se aposentar), homens (que devem completar 65 anos para se aposentar com
benefício abaixo do que é previsto atualmente) e trabalhadores rurais (que
podem também ser atingidos pela idade mínima de 65 anos, que não considera o quanto
o trabalho no campo é extenuante).
A nova fórmula de calcular o benefício proposta por Temer
rebaixa o valor proporcional e considera a remuneração de uma vida inteira para
determinar a aposentadoria. Atualmente, o benefício é calculado pelas 80 maiores
remunerações.
“O sentimento hoje do brasileiro é cada vez mais ir pra rua
reclamar da situação antidemocrática e de retirada de direitos que estamos
vivendo. A pesquisa Datafolha mostrou o nível de rejeição deste governo
ilegítimo. Cabe aos movimentos, às centrais esclarecerem o povo, que cada vez
mais vê tomar corpo esta indignação contra o atual governo”, declarou Vanja
Santos, presidenta da União Brasileira de Mulheres (UBM) e dirigente sindical
no Amazonas. Em Manaus, o ato público acontecerá no centro da cidade a partir
das 16 horas no horário local.
Marcelino da Rocha, presidente da Federação dos Metalúrgicos
e Metalúrgicas do Brasil (Fitmetal), também vê esse sentimento de indignação no
povo e acredita que o desafio do movimento social é transformar esse
ingrediente em combustível para os protestos nas ruas. O dirigente participa da
organização dos protestos do movimento Brasil Metalúrgico previstos para
acontecer em todas as capitais brasileiras e preferencialmente nos prédios das
agências do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS).
“O movimento sindical não está parado. Hoje (4), por
exemplo, houve uma grande manifestação na fiat automóveis, em Betim (MG),
reunindo metalúrgicos, movimentos sociais, trabalhadores da construção civil denunciando
a reforma da Previdência. A iniciativa foi do mandato da deputada Jô Moraes e
faz parte da movimentação para denunciar o programa de retirada de direitos de
Temer”, informou Marcelino. Nesta terça, as centrais sindicais realizam ato
unificado na praça Sete, em Belo Horizonte, a partir das 9h.
O presidente da Fitmetal considera estratégica a realização
dos protestos como forma de se contrapor ao poder dos meios de comunicação
tradicional.“O sentimento do povo também é de perplexidade principalmente em
razão desse bloqueio que a mídia oficial faz do governo e das medidas que ele
vem tomando retirando direitos do povo. Porque se a gente comparar o preço do
botijão de gás, o preço da energia elétrica, da gasolina com o de três anos
atrás seria motivo suficiente para manifestação mas a blindagem que cobre os
golpistas é muito forte”.
Na Bahia, a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do
Brasil (CTB) e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo iniciam os protestos
às 6h da manhã no Iguatemi e rodoviária, com o bloqueio de vias para
panfletagem de material para esclarecer a população sobre os prejuízos que
trará a reforma da Previdência. À tarde haverá caminhada do Campo Grande à
Castro Alves com a participação de todas as centrais. “Sentimos que a população
quer algo mais radical como forma de defesa de direitos históricos como o
direito à aposentadoria”, ressaltou Pascoal Carneiro, presidente da CTB no
Estado.
Atos pelo Brasil nesta terça-feira (5)
São Paulo
São Paulo
16h Avenida Paulista
Pernambuco
Recife
15h Praça do Derby
Sergipe
Aracaju
7h ato na frente da agência do INSS na Avenida Ivo do Prado
–Centro. Em seguida atos nas agências bancárias e no Calçadão da João Pessoa,
Centro Comercial da Capital.
Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
14h Protesto em frente a Agência do INSS (Rua Pedro
Lessa-Centro). 16h Ato Público na Candelária
Roraima
Boa Vista
8h. Ato em frente ao Sitram (Av. Princesa Isabel, 3776,
Santa Tereza, na zona oeste da Capital)
Rio Grande do Sul
Porto Alegre.
5h. Ato no aeroporto
8h. Concentração Rodoviária
10h. Ato em frente ao INSS
12h. Ato no Palácio Piratini
Via - Portal Vermelho
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