Na segunda-feira (14), durante cerimônia para celebrar o que
chamou de "grandes feitos" de seu governo em dois anos, Michel Temer
enalteceu a reforma trabalhista chamando de conquista dos trabalhadores e disse
que o emprego estava de volta. Mas a realidade desmontou a farsa de Temer.
Dados de uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
apontam que falta trabalho para 27,7 milhões de brasileiros.
Marcos Corrêa/PR |
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
Contínua (PNAD) trimestral e mostram como está o Brasil real, após o golpe de
2016. Segundo o levantamento, a taxa de subutilização da força de trabalho
ficou em 24,7% no 1º trimestre de 2018, a maior da série histórica da PNAD
Contínua, iniciada em 2012. O contingente de subutilizados também é o maior já
registrado pela pesquisa.
Os dados se referem aos trabalhadores desempregados, aqueles
que estão subocupados (menos de 40 horas semanais trabalhadas) e os que fazem
parte da força de trabalho potencial (não estão procurando emprego por motivos
diversos).
A taxa de desemprego no país subiu para 13,1% no 1º
trimestre, atingindo cerca de 13,7 milhões de brasileiros, sendo que os
principais atingidos são negros e mulheres. Segundo a pesquisa, a taxa de
desemprego dos que se declararam brancos ficou em 10,5% no 1º trimestre, abaixo
da média nacional (13,1%), enquanto a dos pretos (16,0%) e a dos pardos (15,1%)
ficou acima.
E mesmo as mulheres sendo a maioria na população em idade de
trabalhar (52,4%), a taxa de desocupação no 1º trimestre foi de 11,6% para
homens e de 15% para mulheres. Segundo o IBGE, o nível da ocupação dos homens
no 1º trimestre ficou em 63,6% e o das mulheres, em 44,5%.
Falta de perpectiva
Os efeitos das precarização do emprego por conta da reforma
trabalhista já aparecem no levantamento do IBGE. Segundo a pesquisa, na
comparação com o 1º trimestre do ano passado, o número de trabalhadores
subutilizados, ou seja, aqueles trabalham menos de 40 horas por semana, porque
não encontram emprego com jornada mínima, aumentou em 1,1 milhão.
Já o número de desalentados (pessoas que desistiram de
procurar emprego) passou de 4,3 milhões no último trimestre de 2017 para 4,6
milhões de pessoas no 1º trimestre, um aumento de 512 mil, o que revela a falta
de perspectiva do trabalhador brasileiro. Vale destacar que esse ´o maior
índice registrado desde 2012, quando iniciou a pesquisa.
"A população desalentada é definida como aquela que
estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia
trabalho adequado, ou não tinha experiência ou qualificação, ou era considerado
muito jovem ou idosa, ou não havia trabalho na localidade em que residia – e
que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a
vaga", explica o IBGE.
Do total de desalentados do país, 60,6% estavam no Nordeste
(2,8 milhões e pessoas). Entre as unidades da federação, os maiores
contingentes estavam na Bahia (805 mil) e Maranhão (430 mil).
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