A passagem do 70º aniversário da Revolução Socialista na
China revelou o entusiasmo do povo chinês com os êxitos do sistema inaugurado
com a vitória da longa marcha comandada por Mao Tse-tung, em 1949. “De hoje em
diante, a China vai se colocar de pé”, anunciou o líder revolucionário. O mundo
ainda respirava a atmosfera da vitória da democracia na Segunda Guerra Mundial,
mas novas ameaças surgiam no horizonte.
A Nova China, nascida da maior revolução anticolonial do
século XX, foi importante também para o equilíbrio de forças na geopolítica do
pós-guerra. Logo em seguida, em junho de 1950, com a intervenção
norte-americana na península coreana, outro grande conflito começava a se
desenvolver na região. À época, o sistema capitalista, já sob a batuta do
governo dos Estados Unidos, enfrentava dificuldades para dominar alguns
territórios, entre eles a China.
A União Soviética saíra da guerra ainda mais poderosa. Uma
série de países da Europa — Alemanha Oriental, Polônia, Tchecoslováquia, Hungria,
Bulgária, Romênia e Albânia — deixara a órbita das potências capitalistas. Além
dos mais de 70 milhões de europeus, 475 milhões de chineses passaram para o
campo da democracia popular e do socialismo. Esses acontecimentos eram tidos
como obras de uma “conspiração moscovita”.
O mundo capitalista, que se debatia nas garras da crise
desde antes do início da Segunda Guerra Mundial, armava-se febrilmente para
impedir o avanço do socialismo. O mito-propaganda da “ameaça comunista” trazia
de volta velhos chavões que inundaram o mundo pelas ações do nazi-fascismo no
entreguerras. A Ásia e a América Latina foram as regiões priorizadas pela
política de Washington para impedir o avanço das forças progressistas.
Além do cerco norte-americano — que voltaria a promover uma
guerra de grandes proporções na região ao invadir o Vietnã —, a China se
deparava com imensos desafios internos. O país enfrentava a constante ameaça
externa e precisava de um rápido desenvolvimento. Após um período de
ziguezague, com êxitos e revezes no aprendizado da Revolução desbravando um
terreno novo, o socialismo com características chinesas chegou ao advento da
reforma e abertura, criado por Deng Xiaoping.
O desenvolvimento rápido – essa livrou centenas de milhões
de chineses da pobreza e passou por um acelerado ritmo de urbanização, com a
superfície urbanizada se elevando de 17,9% para 50% do território nacional –
trouxe também contribuição significativa para diferentes regiões do planeta. O
país se integrou a várias economias, entre elas o Brasil. Outro fenômeno chinês
de grande relevância foi a definição dos princípios de sua política externa, a
busca do desenvolvimento pacífico estabelecido no 11º Congresso do Partido
Comunista Chinês, de 1978. Hoje, a China tem importante protagonismo no
multilateralismo internacional.
A construção da indústria básica e da infraestrutura também
foi reforçada, dando suporte crescente ao desenvolvimento econômico e social do
país. O salto educacional foi outro ponto relevante, considerado pelos chineses
como um dos principais eventos que modernizaram a China nesse período,
priorizado pelos camaradas de Mao Tse-tung e Deng Xiaoping que desenvolveram a
reforma e a abertura.
Com seu feixe de tradições preservado, a China inventou seu
próprio modelo de desenvolvimento, seu próprio estilo de fazer a roda da
economia girar, baseado na alta tecnologia e no controle cambial – a razão
principal da guerra comercial movida pelo presidente dos Estados Unidos, Donald
Trump –, condição que coloca o país em primeiro lugar no mundo em termos de
paridade de compra de sua população. Essa flexibilidade inteligente é um dos
aspectos mais notáveis do sistema chinês. Ao mesmo tempo, o país reforça sua
posição unitária e as garantias da sua soberania.
O presidente Xi Jinping, discursando no 150º aniversário de
nascimento de Sun Yat-sen – o pioneiro da China republicana – em 2016, disse
que era promessa solene do povo e da história nunca mais deixar o país ser
despedaçado. “Todas as formas de atividades separatistas serão resolutamente
opostas por todo o povo chinês", acrescentou. "Nunca permitiremos que
qualquer pessoa, organização ou partido político remova uma parte do território
da China, sob qualquer forma e em qualquer momento”, enfatizou.
Ao discursar no desfile dos 70 anos da Revolução, o
presidente afirmou que “nenhuma força pode parar o progresso do povo chinês e
da nação chinesa”. A Nova China, sob a direção do Partido Comunista, emancipou
o país e sua população, dando-lhes novo destino, ao mesmo tempo que
proporcionou à humanidade um gigantesco salto civilizatório.
Via - Portal Vermelho
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