Por Jimena O., no Pijama Surf
Tradução Cynara Menezes
A história dos movimentos de trabalhadores foi muito bem
documentada. E as mulheres tiveram um papel muito relevante neles, pois graças
à sua organização deram o exemplo para as gerações seguintes.
Veja algumas das greves e movimentos de mulheres mais
importantes da história dos movimentos trabalhistas e suas conquistas.
1. Trabalhadoras da indústria do tabaco em Madri, 1857
A greve das 4000 trabalhadoras da Fábrica de Tabaco de La
Coruña é considerada a vanguarda do movimento operário espanhol.
Numa segunda-feira, 7 de dezembro de 1857, as operárias
deixaram seus postos de trabalho e foram para cima com tudo: destruíram
escritórios, móveis e maquinário. Entre as razões que desataram a fúria das
trabalhadoras estavam as jornadas de trabalho cada vez mais longas, as oficinas
abarrotadas onde as mulheres trabalhavam em temperaturas extremas e o ritmo de
produção exigido, cada vez mais rápido, tudo isso a salário cada vez menores.
Depois do exemplo das trabalhadoras do tabaco houve uma
greve de marceneiras em 1880 e a paralisação das operárias do tabaco de Gijón
em 1903.
2. Greve de Pão e Rosas em Lawrence, Massachussetts, em 1912
No começo do século 20, os operários da indústria têxtil nos
EUA se movimentavam exigindo melhores condições de trabalho e melhores
salários. As mulheres do setor começaram então a organizar seus próprios
protestos. Em 11 de janeiro de 1912, as trabalhadoras da indústria têxtil, a
maioria delas imigrantes, começaram uma paralisação que duraria dois meses e
ficaria conhecida como “a greve do pão e rosas”. Formaram um cordão ao redor
das fábricas, de forma que nem sequer a polícia podia entrar. Os vizinhos
instalaram creches e refeitórios em apoio às trabalhadoras.
3. Dagenham, Inglaterra, 1968
Em 1968, a empresa norte-americana Ford tinha
aproximadamente 55 mil trabalhadores na Inglaterra, dos quais 187 eram
mulheres. Estas mulheres eram encarregadas de fazer o estofamento dos assentos
dos carros. Apesar do número significativamente menor, estas operárias
decidiram começar uma folga que durou três semanas para exigir sobretudo
igualdade salarial, pois seus salários eram 92% menores do que os dos
trabalhadores homens.
Em 1970, com o apoio do Partido Trabalhista, o Reino Unido
aprovou a Lei de Igualdade Salarial, que entrou em vigor 5 anos depois em todo
o país.
4. O dia livre das mulheres da Islândia em 1975
Até 1975, o salário dos homens islandeses era 40% mais alto
que o das mulheres. Diante desta situação, 90% das mulheres trabalhadoras do
país começaram uma greve que repercutiu em todo o país: conseguiram parar a
atividade de bancos, escolas e fábricas. Os homens tiveram que ocupar os
espaços vazios que as mulheres tinham deixado, tanto no trabalho como no lar.
Como consequência deste movimento, cinco anos depois da paralisação a Islândia
elegeu a primeira mulher presidenta: Vigdis Finnbogadottir.
5. Greve de fome das mineiras de La Paz, Bolívia, 28 de dezembro de 1977
DOMITILA CHUNGARA, ATIVISTA BOLIVIANA
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Durante a ditadura de Hugo Banzer na Bolívia (1971-1978),
houve quatro mulheres que encabeçaram um movimento que culminaria na queda do
ditador. Luzmila de Pimentel, Nelly de Paniagua, Aurora de Lora e Angélica de
Flores, todas elas esposas de dirigentes sindicais mineiros, junto com seus 14
filhos, se uniram à ativista Domitila Chungara, tomaram a arquidiocese de La
Paz em 28 de dezembro de 1977 e se declararam em greve de fome. As
reivindicações: anistia geral para os opositores do regime e convocação de eleições
livres. Mais de 1500 bolivianos se uniram a esta greve de fome. Meio ano
depois, o ditador Hugo Banzer renunciou. Estas cinco mulheres deram o primeiro
passo para a democracia na Bolívia.
6.
Bangalore, Índia, Garment Labour Union, 2002
Em 2002, as mulheres trabalhadoras das fábricas têxteis se
uniram e formaram seu próprio sindicato, o Garment Labour Union. O GLU se
propôs a reunir todas as trabalhadoras do setor têxtil para exigir melhores
condições de trabalho e aumento do salário mínimo, o qual havia aumentado
apenas 4 vezes em 45 anos. Um dos objetivos principais deste sindicato é conscientizar
sobre os direitos trabalhistas das mulheres na Índia.
Via – Socialista Morena
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