Ouve-se dizer por aí que os anos 80 deixaram saudades, há
até mesmo nos grandes centros, danceterias especializadas em tocar sucessos
dessa época que de fato é gostoso lembrar.
Como eram as coisas nos anos 80?
As crianças dos primeiros anos de 1980, tinham ainda em suas
casas uma grande TV em preto e branco valvulada nas marcas Telefunken ou
Colorado, Sergio Chapelin e Cid Moreira se despediam com o tradicional “boa
noite” no jornal nacional. Ainda na TV, nos chocávamos com as maldades
praticadas contra Kunta Kintê no seriado Raízes.
Nos deliciávamos com o Sítio do pica-pau-amarelo de dona
Benta vivida por Zilka Salaberry e Tia Anastácia por Jacira Sampaio, havia
também o desenho animado dos Flisntones na idade da pedra. Foi em 1982 que
vimos a Itália de Paolo Rossi despedir o Brasil e dias depois, tornar-se campeã
do mundo na copa da Espanha contra a Alemanha. Perdíamos também por estes
tempos o Craque Mané Garrincha e as cantoras Elis Regina e Clara Nunes.
Nos meados da década de 80, Simoni, Jairzinho e Fofão
apareceriam na turma do balão mágico, e quem não se lembra da
Pantera-cor-de-rosa, do mister Magoo, da corrida maluca de Penélope Charmosa,
da formiga atômica ou do Pepe legal? Havia também o Incrível Hulck, o Homem de
6 milhões de dólares, a Mulher Maravilha, o Casal 20 e nas noites de Sexta
feira após a novela, os sucessos das paradas eram apresentados no Globo de Ouro.
Clube do Bolinha, quando a “Band” era Bandeirantes, Cassino
do Chacrinha com suas Chacretes bonitas sempre lembradas nos demorados banhos,
Xuxa viria depois com seu “Xou” cantando ilariê. Vovó Mafalda, papai Papudo e
Salcí Fufú completavam a festa do palhaço Bozo. Aos domingos pela manhã, Silvio
Santos apresentava o Domingo no Parque e às dezenove horas ríamos com as
atrapalhadas de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.
Dias Gomes em 1985 encantou o país com o Roque Santeiro de
Sinhozinho Malta e viúva Porcina. Por este tempo, Chico Anísio esbanjava
talendo no Chico Anísio Show e no rádio ouvíamos Gil Gomes, Ely Correia e Zé
Bétio sempre com o ouvido colado num Motoradio 6 faixas ondas curtas, tropicais
e médias. As músicas ainda eram em LPs, onde eram ouvidas nas inefáveis
Toca-discos.
Os noticiários internacionais giravam em torno de Roanld
Reagan e Margareth Teacher, em 1985 nosso presidente ainda era João Batista
Figueiredo, um militar, seu sucessor, Tancredo Neves morreria antes mesmo de
tomar posse, José Sarney viria em seguida com o plano cruzado.
O Cometa Halley e a vitória da França de Michael Platini
contra o Brasil na copa do México foram os maiores fiascos de 1986, época da
Rede Manchete e quando um seleto grupo de crianças assistia ao Bambalalão da TV
Cultura de São Paulo.
Raul Seixas aprecia na TV sentado num tapete voador cantando
o Carimbador maluco e as nossas bicicletas eram as monaretas, nas ruas, as
crianças jogavam bolinhas de gude, brincavam de esconde-esconde, balança
caixão, “balança você, dá um tapa na bunda e vai se esconder”, vagalume tentem,
teu pai ta aqui, tua mãe também, comendo mingal com a colher de pau.” Havia
também os carrinhos de rolimã e as caçadas de estilingues.
Os homens babavam com Gretchen rebolando seu bumbum cantando
Conga Araconga. Nós, os meninos, nos escondíamos de nossas mães para ver revistas
de mulher pelada, pois segundo elas, era pecado.
As montadoras de automóveis orgulhavam-se de seus Del Reys e
de suas Belinas enquanto os fuscas se despediam das fábricas tornando-se tão
saudosos quanto os anos 80.
Esta década se despediu com as eleições diretas para
presidente da República com presidenciáveis como Marronzinho Mario Covas,
Ulysses Guimarães, Enéas Carneiro e seu sonoro “Meu nome é Eneas”, Fernando
Gabeira entre tanto outros, em especial o Lula, com a música Lula lá e Collor
de Mello, o caçador de marajás, Collor venceu Lula no segundo turno e se tornou
o presidente da republica. Mas, isto é uma outra história para a história.
Assim foram os anos 80, verdes tempos que de fato marcou uma
geração que viu nas décadas seguintes o grande salto tecnológico dos dias
atuais e que conheceu como ninguém o analógico e o digital dos aparelhos
eletrônicos.
VIVA OS ANOS 80.
Mateus Brandão de Souza.
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