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terça-feira, 24 de março de 2020

A Vida ou o Capital, por Wilton Cardoso

O problema de se ter o capital como síntese social é sua natureza, pois ele é uma riqueza abstrata que se mede pela quantidade de trabalho para se produzir uma mercadoria, seja ela qual for.

No Jornal GGN

Por Wilton Cardoso

A vida ou o capital? Esta é a questão a ser posta desde a consolidação do capitalismo na Inglaterra e Europa, com as revoluções industrial e francesa e, depois, sua paulatina expansão por todo o mundo até o fim do século XX, quando se pode dizer que todas as culturas do planeta foram literalmente absorvidas e unificadas numa única cultura moderna – a cultura do capital.

O capital é o que os sociólogos e antropólogos chamariam de princípio de síntese social da cultura moderna. Quando esta se estabelece, a cultura se torna uma estrutura (ou uma totalidade, como gostam de chamar Moishe Postone e Robert Kurz) cujo Centro ou Ser é o Capital.

Dizer que o capital é o centro da estrutura capitalismo significa que ele dita as suas leis e seu movimento, como um motor imóvel. Que o capital é onipotente, pois é, ao mesmo tempo a causa e a finalidade de todos os movimentos os eventos da estrutura; mas também onisciente, pois suas leis condicionam aprioristicamente esses movimentos, mas não apenas eles.

Dizer que o capital é onisciente, ou seja, apriorístico, significa também que ele condiciona nossa visão de mundo, nossa constituição psíquica, valores e relações sociais, sem que o percebamos, pois uma das características necessárias ao “a priori” é que ele seja inconsciente e naturalizado. Assim, consideramos natural que o trabalho é uma atividade necessária ao ser humano, bem como o recebimento de um salário justo pelo trabalho, como é natural que haja dinheiro e estado, que existam empresas que comprem o trabalho de pessoas (empregam-nas), vendam mercadorias e tenham lucro, que haja competição entre elas, que somos sujeitos universais do direito e que esse mesmo direito (formal, abstrato e universal) regule a vida social em seus aspectos mercadológicos, políticos, civis, criminais etc.

Mas o fato é que a humanidade, ao longo de centenas de milhares de anos de existência, sobreviveu a maior parte dela sem trabalho, salário, dinheiro, estado etc. Mesmo nas sociedades antigas e medievais, em que havia estado e dinheiro, este último não estava no centro da vida social que, geralmente, era regulada por outros princípios de síntese social, como a posse da terra, a religião e o pertencimento de classe. Apenas no capitalismo a síntese social é realizada pelo dinheiro e o lucro ou, para ser mais preciso, pelo capital e suas leis rigorosas e quase objetivas de autoreprodução.

O problema de se ter o capital como síntese social é sua natureza, pois ele é uma riqueza abstrata que se mede pela quantidade de trabalho para se produzir uma mercadoria, seja ela qual for. Não importa se é uma bomba ou um bombom, um cigarro ou um remédio, nem se é um chinês trabalhando 12 horas por dia, um africano em trabalho semi-escravo numa mina ou um alemão com direitos trabalhistas. O que importa ao capital é que o valor investido gere mais valor (lucro), reproduzindo o capital.

No capitalismo, pessoas e natureza são instrumentos do capital e mais: dele dependem para sobreviver e, para isso, devem seguir suas leis. Mesmo os ricos, embora privilegiados no sistema, não podem abrir mão de seguir as leis do capital, como a da concorrência, por exemplo. Muito mesmo os trabalhadores e pequenos capitalistas, que necessitam vender mercadorias ou trabalho (também uma mercadoria) para se alimentar, morar, se locomover e ter alguma vida social. A outra escolha é a mendicância.
Em momentos de crise o Capital cobra seu preço

Em tempos de guerra ou de emergência sanitária, como agora, o capitalismo costuma entrar em colapso e as pessoas ficam sem trabalho e, consequentemente, sem meios de sobreviver. Em geral, o estado interfere na vida social, suspende momentaneamente as leis do mercado e passa a fornecer o básico para a sobrevivência.

É o que parece que vamos passar com a crise do coronavírus. A relutância de muitos governos, empresas e indivíduos em parar suas atividades não essenciais para a sobrevivência humana se deve à dependência das pessoas da troca para viverem. Parar de vender e comprar mercadorias ou trabalho (também uma mercadoria) significa, no capitalismo, não ter como sobreviver – comer, morar, vestir-se, etc. O estado para de arrecadar e encontra dificuldades para sustentar os serviços públicos; e as empresas entram no prejuízo, demitem e podem ir à falência, agravando ainda mais o desemprego e a arrecadação de tributos. Por outras palavras, o capital não pode parar de circular por conta da dinâmica da sociedade moderna, que se organiza como uma estrutura em cujo centro está o capital, do qual os humanos são dependentes para viver.

Se um extra-terrestre inteligente chegasse agora ao planeta Terra e testemunhasse o impasse entre manter a economia funcionando e tomar as medidas sanitárias necessárias para salvar milhões de vidas, ele certamente ficaria assombrado. Pois notaria que temos recursos técnicos e materiais para mantermos o isolamento necessário de toda a população global, com as condições básicas de sobrevivência e um atendimento médico adequado, até que se desenvolva de uma vacina eficaz.

Basta direcionarmos o nosso conhecimento e capacidade produtiva para a produção do que é essencial para a saúde, a alimentação, moradia, vestuário, transporte comunicação etc. É o mais racional, se não quisermos que milhões morram de uma doença em boa parte evitável. Mas o capital “não aceita” tal solução pois precisa se multiplicar e Ele (o Capital) está no centro da estrutura social – e não nós, humanos.

É essa mensagem angustiada do Capital, a de que “a economia não pode parar”, que “as mercadorias não podem parar de circular” e que “o Capital deve se reproduzir a todo custo”, que os economistas de mercado, chamados de ortodoxos ou neoliberais (ou sacerdotes do Deus-Capital) não cansam de repetir, mesmo diante de uma tragédia sanitária iminente.

E, em grande medida, os neoliberais estã certos, pois se o capital cessa sua reprodução, a sobrevivência humana está mesmo ameaçada, pois ela depende do capital. É nessas horas trágicas que percebemos a centralidade do capital e nossa dependência dele. Pois a ciência, a tecnologia, o trabalho, as capacidades produtivas, enfim, todas as potências humanas que desenvolvemos durante o capitalismo dependem da troca de mercadorias, do dinheiro, dos impostos, do trabalho assalariado, dependem do capital afinal.

Não temos mecanismos, por exemplo, de mobilizar nossa capacidade técnica para a produção e distribuição de equipamentos médicos e alimentos para entregá-los diretamente a quem precisa, de forma independente do mercado. Mesmo o estado funciona seguindo a lógica monetária, pois arrecada, gera dívidas e gasta. Não há como mobilizar o pessoal da saúde, da alimentação e do transporte, sejam públicos ou privados, para servir à sociedade sem pagar-lhes salários, pois todas as atividades humanas são trabalho/mercadoria.

O extra-terrestre talvez ficasse admirado com de nossa imensa capacidade técnica para conhecer os segredos dos micro-organismos e de suas consequências para a saúde, para fazermos previsões acerca da curva de contágio e sabermos como diminuí-la a tempo de desenvolvermos uma vacina eficaz. Mas ficaria horrorizado diante de nossa incapacidade social de realizar, na prática, toda esta potencialidade técnica. Tudo porque a ação sanitária correta faria a economia paralisar, jogando bilhões de pessoas na miséria que possivelmente mataria mais que a doença viral.

Ao erigirmos uma sociedade cuja síntese social é realizada pelo capital, para o qual pessoas e natureza são meros instrumentos de sua reprodução, ficamos dependentes da multiplicação do dinheiro, do lucro das empresas, do aumento do PIB e do crescimento salarial. Ou seja, só estamos relativamente bem enquanto o capital se multiplica e, mesmo assim, apenas se estamos submetidos adequadamente ao Deus, o que significa que 99% de nós devemos nos tornar máquinas de trabalhar e gerar lucro. O nosso bem estar é apenas um efeito secundário (que muitas vezes não ocorre) da soma das eficiências produtivas (do lucro gerado) de cada um de nós, da empresa em que trabalhamos e do país em que moramos.

O extra-terrestre, em desespero diante de nosso sofrimento, talvez quebrasse seus protocolos de não interferência em culturas primitivas, se dirigisse a nós e nos perguntasse: por que vocês não se libertam da lógica da mercadoria, matam e enterram esse seu Deus-Capital e passam a usar todas as suas potencialidades técnicas, científicas, artísticas e filosóficas para o bem de vocês mesmos?

Por que não fazemos isso?

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