Segundo Dimas Covas, “a epidemia nunca diminuiu. Desde o começo, só vem aumentando”.
A segunda onda da pandemia de
Covid-19 chegou ao Brasil, afirmou, em entrevista ao jornal Valor Econômico, o
hematologista Dimas Covas, diretor-presidente do Instituto Butantan. Segundo
Dimas, a nova onda poderá ter uma intensidade mais forte do que a primeira.
Entre outros contratempos, não há previsão para imunizar toda a população
brasileira – o que demandaria algo em torno de 360 milhões de doses.
“Já estamos numa segunda onda.
Seu potencial, pelos números iniciais e pelas projeções em cima desses números,
é tão grande ou até maior que a primeira”, projeta Dimas. “No momento, não há o
que ser feito, é precaução. Temos que relembrar isso às pessoas que estão dando
menos importância ao vírus – parece que se acostumaram ao vírus.”
De acordo com o diretor-presidente do Instituto Butantan, “é importante lembrar que a epidemia nunca diminuiu. Desde o começo, só vem aumentando. Ela migra de país para outro, aumenta num país e diminuiu noutro – mas, no geral, só se expande”.
A boa notícia é que o Brasil terá
vacina 100% nacional, feita pelo Butantan, o que ajuda a reduzir custos.
Trata-se da Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, cuja
tecnologia está sendo transferida para o instituto. Antes que a gestão Jair
Bolsonaro anunciasse uma medida provisória para requisitar todas as vacinas, o
Butantan defendia que, caso a Anvisa não conceda o registro à Coronavac,
governos locais podem se valer de artigo da Lei 13.979, relacionada ao Estado
de Calamidade Pública.
Dimas lembra que o efeito dessa
lei “foi mencionado pelo governador Flávio Dino [PCdoB-MA], numa ação no
Supremo Tribunal, exatamente reforçando a possibilidade de incorporar a vacina.
Nem é de vacinar – mas incorporar. Mas, para imunizar toda a população brasileira,
o prazo é maior: Covas: “Estamos prevendo para o fim do ano que vem. Dependemos
de uma fábrica do Butantan que está em construção e que estará pronta em
outubro”.
Os estudos estão avançados,
segundo o diretor-presidente do Instituto Butantan. “Na realidade, o que
recebemos da China é a matéria-prima da vacina. Os demais insumos são do
Butantan”, esclarece. “O que compõe toda a vacina, com exceção do princípio
ativo, é do Butantan: frasco, rótulo, processo de formulação, processo de
controle de qualidade, o registro, definição de farmacêutico responsável, a
bula. Tanto que a vacina não é chinesa, é do Butantan.” Com isso, afirma Dimas,
“o Butantan vai fornecer a vacina para toda a América Latina, se houver
demanda”.
Apesar dos temores – e das fake news –, Dimas enfatiza a confiança no êxito da vacina brasileira. “Um dos pontos da equação é o risco-benefício. Se você tem vacinas relativamente seguras, mas eficazes, considerando que você tem um grande número de pessoas desenvolvendo doença grave e indo a óbito, quando você coloca esses elementos na equação, você conclui pela utilidade da vacina. Ela é efetiva no sentido de reduzir mortes e complicações.”
Quanto ao uso de máscaras, mesmo
com o avanço da vacina, “certamente não” de poderá abrir mão, declara Dimas. “É
um mundo tão novo, em que a cada dia você tem informações novas, notícias a
respeito do próprio comportamento do vírus. Essa questão agora da reinfecção
que volta a ser mencionada. Não sabemos todos os detalhes do vírus e do seu
comportamento.”
Com informações do Valor Econômico
Via - Portal Vermelho
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