“De nossa parte, vamos organizar, mobilizar, resistir, enfrentar, propor e dialogar em torno de um projeto nacional de desenvolvimento”.
Via – Portal Vermelho
Em resposta às demissões causadas
pelo fechamento das fábricas da Ford no País e de agências do Banco do Brasil,
as centrais sindicais lançaram nesta quarta-feira (13) um documento unificado,
com foco na manutenção dos empregos. Ao todo, as entidades – CUT, Força
Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB – lançaram oito propostas para enfrentar a
crise.
Com relação ao caso da Ford, as
centrais devem ampliar os contatos com o Poder Público, a iniciativa privada, o
conjunto do movimento sindical e social, além de outros segmentos da sociedade
civil. Para a próxima sexta-feira (15), está prevista uma reunião com as 11 centrais
sindicais brasileiras, “para encaminhar ações unitárias em defesa do emprego,
do auxílio emergencial e de vacinas para todos”. Além disso, haverá
manifestações nas concessionárias de Ford em 21 de janeiro.
O documento também se dirige ao presidente Jair Bolsonaro e cobra ações do governo federal diante da segunda onda da pandemia de Covid-19 no Brasil. “Neste momento, deve ser prioridade do governo vacinar todos os brasileiros por meio de um plano nacional de vacinação coordenado pelo SUS, visando proteger à vida de todos e dar capacidade para a retomada segura da atividade produtiva”, afirma o texto.
Confira abaixo a íntegra do
documento das centrais:
CENTRAIS SINDICAIS E SINDICATOS UNIDOS NA DEFESA DO EMPREGO
As Centrais Sindicais CUT, Força Sindical, UGT, CTB, NCST e CSB, reunidas virtualmente nesta quarta-feira (13/01) no Fórum das Centrais Sindicais, debateram sobre as dramáticas notícias para os trabalhadores brasileiros neste início de ano: o fechamento da Ford, o fechamento de agências do Banco do Brasil e as milhares demissões anunciadas nesta segunda-feira (11).
O anúncio extemporâneo do
fechamento da Ford, empresa presente no Brasil a mais de século, se soma aos
anúncios de fechamento da Mercedes-Benz, da Audi e aos milhares de silenciosos
fechamentos de micro, pequenas e médias empresas. Essas empresas receberam ao
longo de décadas, e continuam a receber, bilhões de reais em incentivos e
benefícios fiscais. A atitude da Ford, sem diálogo e depois de tudo que recebeu
e ganhou, demonstra o absoluto desrespeito com o país e desconsideração com o
povo brasileiro.
Mais um caso concreto do processo
de desindustrialização e de desmonte das políticas de conteúdo nacional que
avançam de maneira praticamente irreversível, fragilizando todo o sistema
produtivo no comércio, serviços e agricultura e destruindo milhões de empregos
diretos e indiretos. Desta forma o país regride para a condição de mero
exportador de produtos primários como minérios e grãos, levando, neste
movimento, a grande maioria dos brasileiros a empobrecer ou cair na miséria,
enquanto alguns poucos enriquecem. E o governo Bolsonaro avança na
implementação dessa política de destruição e aprofundamento da desigualdade
social.
Para espanto e desespero do povo, o governo, de forma cínica, não se constrangeu em bradar: “Que vão embora”, ao comentar sobre a saída da Ford do Brasil. Esse foi mais um de seus chocantes absurdos. Isso não pode continuar! De nossa parte, vamos organizar, mobilizar, resistir, enfrentar, propor e dialogar em torno de um projeto nacional de desenvolvimento, da reindustrialização e recuperação da dinâmica virtuosa de crescimento do sistema produtivo, de retomada dos investimentos em infraestrutura econômica e social, em ciência, tecnologia e inovação, de ampliação das políticas sociais, de geração de empregos de qualidade e de crescimento da renda do trabalho.
Vamos fortalecer a nossa unidade
de ação e estabelecer uma ampla rede de debates e de negociação com os poderes
Executivos, Legislativos e Judiciário, com os empresários e com o movimento
sindical internacional. Iremos promover o debate nas bases sindicais, em
eventos regionais e nacionais, organizando nossa resistência e atuação
propositiva em cada situação e diante de cada problema, mobilizando e incidindo
local e nacionalmente.
Reafirmamos, conforme já
explicitado em documento unitário, divulgado no dia 05/01/2021, que, neste
momento, deve ser prioridade do governo vacinar todos os brasileiros por meio
de um plano nacional de vacinação coordenado pelo SUS, visando proteger à vida
de todos e dar capacidade para a retomada segura da atividade produtiva.
De imediato, as Centrais Sindicais deliberam, para enfrentar a decisão de fechamento da Ford no Brasil:
• Investir na unidade sindical e
na construção de iniciativas e ações conjuntas.
• Ampliar e estabelecer diálogo
com os parlamentares (senadores, deputados federais, deputados estaduais e
vereadores) para tratar de iniciativas a serem tomadas em relação à Ford e
casos semelhantes.
• Estabelecer diálogo com os
Governadores de São Paulo, Bahia e Ceará para a construção de alternativas para
o caso Ford.
• Estabelecer cooperação de atuação com entidades sindicais internacionais para denunciar a decisão da Ford no Brasil.
• Produzir informações comuns
para alimentar a comunicação.
• Realizar reunião com as 11
Centrais Sindicais, na próxima sexta-feira (15/01), para encaminhar ações
unitárias em defesa do emprego, do auxílio emergencial e de vacinas para todos.
• Realizar no dia 21/01 manifestações nas Concessionárias de revenda Ford.
• Propor medidas a serem tomadas
na esfera Legislativa e Judiciária.
São Paulo, 13 de janeiro de 2021
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