Governo ordenou que o herbicida e o milho geneticamente modificado sejam trocados por alternativas saudáveis.
Autoridades mexicanas terão que suspender autorização para plantio de sementes modificadas geneticamente - Cleverson Beje | FAEP.
Redação - Brasil de Fato
O governo do México publicou um
decreto por meio do qual proíbe o milho transgênico em território nacional e
também o uso do veneno agrícola glifosato. O país terá prazo de três anos para
se adequar à norma, editada no último dia de 2020 pelo presidente Andrés Manuel
López Obrador.
As mudanças serão promovidas, conjuntamente, pelos ministérios do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Semanart), da Saúde (Ssa), da Agricultura e Desenvolvimento Rural (Sader) e pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (Conacyt).
A partir do decreto, estão
proibidas a aquisição, utilização, distribuição, promoção e importação de
glifosato ou produtos que o tenham como princípio ativo por parte de órgãos
públicos.
Para substituir o herbicida,
Samanart e Sader serão responsáveis por promover alternativas sustentáveis e
culturalmente adequadas para a saúde humana, a biodiversidade do país e o meio
ambiente.
Já a Conacyt emitirá recomendações anuais às autoridades competentes que lhes permitam delimitar, quando for o caso, a quantidade de glifosato que pode ser autorizada para importação.
No caso do milho transgênico, o
decreto impede que autoridades de biossegurança emitam licenças que liberam o
plantio de sementes geneticamente modificadas do cereal. Além disso, a ordem é
para revogar as autorizações já concedidas para o uso dos grãos transgênicos
até 31 de janeiro de 2024.
Agrotóxicos no Brasil
Junto a outro herbicida, o
paraquate, o glifosato foi responsável pela morte de ao menos 214 brasileiros
na última década, de acordo com dados do Ministério da Saúde.
Os dois herbicidas lideram a lista de agrotóxicos permitidos no Brasil que mais intoxicaram e mataram na última década, conforme levantamento da Agência Pública e da Repórter Brasil. Um total de 92% das mortes causadas por esses produtos foram classificadas como suicídio.
Ainda conforme os dados do
governo, ocorreram 45,7 mil atendimentos de intoxicações por agrotóxico entre
2010 e 2019. Em 29,4 mil foi confirmado a relação da intoxicação com o contato
a um agrotóxico. Destes, 1,8 mil pessoas morreram. Cada registro é proveniente
de uma ficha com 86 campos preenchidos a mão pelos médicos.
Edição: Camila Maciel
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