Importantes personalidades
latino-americanas, entre as quais vários ex-presidentes, expressam hoje sua
preocupação pela ingerência do Secretário-Geral da OEA, Luis Almagro, na
Bolívia e rejeitam a ingerência nos assuntos internos desse país.
Em nota publicada na Internet,
cerca de 30 personalidades da região declararam que as recentes declarações de
Almagro abriram um precedente perigoso para uma organização criada com o
objetivo de buscar consensos, promover o diálogo interamericano e a solução
pacífica de controvérsias no hemisfério.
Nessas declarações, o
Secretário-Geral da OEA manifesta ingerência nos assuntos internos da Bolívia
ao propor, entre outras coisas, a criação de uma comissão internacional para
investigar supostas alegações de corrupção e reformar o Sistema de Justiça,
afirma o texto.
Essas declarações excedem em
muito sua missão como Secretário-Geral do órgão regional e ignoram o
funcionamento do sistema interamericano, diz o comunicado assinado pelos
ex-presidentes Dilma Rousseff e Luís Inácio Lula da Silva (Brasil), Rafael
Correa (Equador) e José Mujica (Uruguai).
Os signatários solicitaram a
Almagro que se abstenha de fazer pronunciamentos unilaterais envolvendo todos
os membros da organização, sem respeitar o caráter colegiado de seu mandato e
que não intervenha nos assuntos internos dos Estados-membros da OEA.
Depois de rejeitar a nova manobra
contra um governo eleito democraticamente como o boliviano, também solicitaram
aos Estados-membros da OEA que repudiassem esse tipo de ação que prejudica a
democracia latino-americana e caribenha, põe em risco a coexistência pacífica e
viola a soberania dos Estados independentes.
'Ao mesmo tempo, ratificamos a
importância do respeito à soberania e autodeterminação dos povos, fundamental
para a convivência pacífica entre os Estados, no marco dos princípios do
Direito Internacional e da Carta do, acrescenta o texto.
Finalmente, expressaram sua
preocupação com as recentes declarações do Secretário de Estado dos Estados
Unidos, Antony Blinken, que desconhece a recuperação institucional democrática
e intervém em assuntos específicos dos bolivianos.
O documento inclui 12 ex-presidentes, oito ex-chanceleres e personalidades como Adolfo Pérez Esquivel, Prêmio Nobel da Paz, e Oscar Laborde, presidente do Observatório da Democracia do Parlamento do Mercosul, além de vários legisladores.
Via – Prensa Latina
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