Brasil é 78º entre 176 países, diz ONG
Entre os 176 países, os que oferecem as melhores condições
para a maternidade são Finlândia, Suécia e Noruega
BBCBrasil.com
A República Democrática do Congo é o pior lugar do mundo
para ser mãe e criar um filho, de acordo com uma pesquisa divulgada pela
Organização Não Governamental (ONG) internacional Save the Children.
No topo da lista de 176 países, como aquele que oferece as
melhores condições para a maternidade, o estudo coloca a Finlândia, seguida por
Suécia e Noruega, enquanto que o Brasil ocupa a 78ª posição.
A Save the Children comparou fatores como saúde das mães,
mortalidade infantil, educação e salários em 176 países.
A pesquisa diz que o dia mais crítico para a sobrevivência
de uma criança é o primeiro, e cerca de 1,04 milhão delas morrem ao redor do
globo todos os anos justamente neste período. Somente a Índia é responsável por
29% das mortes anuais nas primeiras 24 horas em todo o mundo, com mais de 300
mil óbitos.
Todos os países que ficaram listados nas últimas dez
posições estão na região da África subsaariana. Nessas nações, todos os anos em
média uma em cada 30 mulheres morre devido a complicações pós-gestação e uma em
cada sete crianças morre antes de completar cinco anos.
Congo
Na República Democrática do Congo, a guerra e a pobreza
deixam as mães desnutridas e sem apoio exatamente no momento em que precisam de
mais atenção e cuidados. Acima do país, os outros nove países no pé da lista
são a Somália, Serra Leoa, Mali, Níger, República Centro-Africana, Gâmbia,
Nigéria, Chade e Costa do Marfim.
A Save the Children diz que a falta de uma nutrição adequada
é um dos pontos principais por trás da alta taxa de mortalidade das mães e dos
bebês nessa região do continente africano e que, nesses países, entre 10% e 20%
das mães estão abaixo do peso.
Em comparação, os resultados também mostram que na Finlândia
o risco de uma mulher morrer durante a gestação é de uma para cada 12.200 e no
quesito educacional, uma criança finlandesa passa em média 17 anos nos bancos
escolares.
Suécia, Noruega, Islândia e a Holanda também figuram entre
os dez melhores países para ser mãe e criar uma criança, enquanto os Estados
Unidos aparecem na 30ª posição.
Brasil
O Brasil foi listado pelo estudo como parte de um grupo de
12 países em desenvolvimento que atingiram avanços nos últimos anos, incluindo
ainda Peru, Egito, China, México, Laos, Bangladesh, Guatemala, Indonésia,
Vietnã, Camboja e Nepal.
"Estes 12 países reduziram significativamente suas
taxas de mortalidade de recém-nascidos desde 1990", diz o relatório.
De acordo com a Save the Children, desde 1990 o Brasil
reduziu esta taxa em 64%, e a organização vê o país como um dos poucos que
reduziram o desequilíbrio entre ricos e pobres no que tange o acesso ao sistema
de saúde.
O relatório diz que o Sistema Único de Saúde (SUS), criado
em 1988, foi responsável pela universalização do atendimento de saúde gratuito,
incluindo áreas remotas e pobres do país.
Um indicador citado pela pesquisa para ilustrar o avanço é o
atendimento médico recebido pelas mães que integram a parcela 20% mais pobre da
população brasileira. Em 1996, apenas 30% eram atendidas, já em 2007 o número
passou para 97%.
Quanto ao tratamento pré-natal, a taxa de mulheres com
acesso a cuidados apropriados durante a gestação aumentou de 53 para 93% no
mesmo intervalo de tempo.
Além disso, a organização vê avanços em saneamento básico,
educação das mulheres, aleitamento materno, imunização, e transferência de
renda, com programas sociais.
Mesmo assim, há uma avaliação crítica. "Apesar destes
avanços, grandes desafios permanecem, incluindo o excesso de intervenções
hospitalres durante o parto (com a maioria das crianças nascendo por cesárea),
mortes de mães causadas por abortos ilegais, e uma alta frequência de partos
prematuros", diz o estudo.
Estados Unidos e Índia
Surpreendentemente, a pesquisa revelou que os Estados Unidos
têm a taxa de mortalidade infantil mais alta entre os países desenvolvidos na
faixa etária dos recém-nascidos, registrando a morte de 11,3 mil bebês no mesmo
dia de seu nascimento todos os anos.
Segundo a ONG, isto se deve em parte à grande população
americana, assim como ao alto número de bebês nascidos diariamente no país, que
tem uma das mais altas taxas de natalidade do mundo.
Já a Índia tem mais mortes de mães do que qualquer outro
país, com 56 mil por ano, incluindo mortes durante o parto e a gestação.
"Na Índia, o crescimento econômico tem sido impressionante, mas os
benefícios não foram divididos de forma equilibrada", diz o relatório.
Via Portal Terra
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