É patente que seus compromissos são com os mais ricos. É
notório que ele está presidente a serviço dos banqueiros, empresários e grandes
corporações estrangeiras.
O salário mínimo movimenta a economia nos pequenos e médios
municípios e influencia ganhos de aposentados e pensionistas.
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Quando fui convidado para assumir o Ministério do Trabalho,
solicitei ao presidente Lula liberdade e respaldo para fazer todos os
movimentos necessários para garantir a correção do salário mínimo acima da
inflação. Pauta que havia construído em conjunto com os trabalhadores e
trabalhadoras e com as direções de todas as centrais sindicais quando fui
presidente da Central Única dos Trabalhadores.
E foi com esse apoio determinado do presidente Lula que
conseguimos implantar a política que garantiu o reajuste do salário mínimo
acima da inflação durante os 13 anos em que governamos o país. Não tenho
dúvidas em afirmar – e os números dos economistas corroboram esta tese - que
essa política foi fundamental para que mais de 30 milhões de brasileiros e
brasileiras saíssem da linha da pobreza e milhões de empregos fossem gerados em
todo o país durante o período dos governos Lula e Dilma.
O salário mínimo movimenta a economia nos pequenos e médios
municípios do país e tem uma influência direta nos ganhos de aposentados e
pensionistas. A grande parte da renda que faz a roda da economia girar no
Brasil mais profundo vem da massa salarial e de pensões e aposentadorias.
Quantas cidades vivem esta realidade Brasil afora?
Desconhecendo essa realidade – ou talvez seguindo a sua
cartilha de destruição do Brasil anunciada sem a menor cerimônia por Bolsonaro
em encontro com empresários nos Estados Unidos – integrantes da equipe
econômica anunciam que até o final do ano devem enviar ao Congresso Nacional
uma nova fórmula de cálculo do reajuste do mínimo, excluindo a previsão de
aumento real acima da inflação. Aumento que é hoje garantido por uma lei aprovada
em 2007, durante nosso governo, que assegura a correção permanente do mínimo
levando em conta o resultado do PIB de dois anos anteriores mais a inflação do
último ano medida pelo INPC.
Mas nada de surpresa com essa atitude do governo Bolsonaro.
É patente que seus compromissos são com os mais ricos. É notório que ele está
presidente a serviço dos banqueiros, empresários e grandes corporações
estrangeiras. É fato que ele é um funcionário do chamado mercado e que como tal
fica à vontade para cometer mais essa crueldade contra os trabalhadores e
trabalhadoras mais pobres e aposentados e pensionistas desse país. Não bastasse
o desemprego, que campeia e já atinge 13 milhões de brasileiros e brasileiras,
a reforma da Previdência que quer acabar com a possibilidade de os mais
humildes terem sua aposentadoria, e o fim de vários programas sociais, agora
ele também quer enfiar a mão no bolso de quem vive de salário mínimo.
Essa é mais uma luta para qual teremos de ocupar as ruas
para vencer. Só com a união de todas as centrais sindicais, dos movimentos
sociais e de toda a sociedade evitaremos mais essa tungada naqueles que mais
precisam de políticas públicas.
Luiz Marinho foi presidente da CUT, ministro do Trabalho e
da Previdência (governo Lula) e prefeito de São Bernardo do Campo
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