Em dias de carnaval, indico aos leitores deste blogue o poema moça rica, do poeta Zé Laurentino, paraibano de Campina Grande.
Aqui o vamos tomar conhecimento da esquivada que um matuto deu a uma moça rica, após esta aventurar-se e desventurar-se com seus amores de carnaval.
Estando em maus lençóis, a moça intencionava na verdade empurrar a um matuto as conseqüências de seus amores de carnaval.
Moça Rica -
Por Zé Laurentino
Tela - Caipira picando fumo de Almeida Júnior - 1883 |
Por Zé Laurentino
Moça rica.
Moça rica tu me prigunta
Purqui é que num ti queru
Eu ti respondu, minina
Eu so um sujetu séru
Eu num ti queru pruque
Tu nasceste na riqueza
Nunca vai ti acostumá
A vivê na minha pobreza
As tua mãozinha fina
Bunita como elas são
Era capaz de tê nojo
Dos calo da minha mão
Tu num sabe panhá fava
Pega mio, bate pano
Cuzinha fejão cum lenha
Soprano cum abano
Pras labareda crescê
Nem tem corage de tê
Um mininu todo ano
Num sabe anda a cavalo
Num gosta di andá a pé
Num sabe fazê pamonha
Pa mó di tomá cum café
Num sabe anda na floresta
Pois intonce assim num presta
Pa mó di sê minha mulé.
Otra coisa, Moça rica
Antis tu num mi quiria
Só dispois du carnavá
Qui tu pulaste 3 dia
Mi vem assim tão pachola
Mas cego que vê esmola
Muito grande desconfia
Só dispois daquele dia você se arrisca
A querê vim pegá um besta
Com esses zóio de faísca
De você mesmo se queixe
Como vem pegá um peixe
Depois que estragô a isca?
Vai ti embora Moça rica
Que eu tomo otra direção
Vou me casar com Rosinha
Filha do seu Sebastião
Essa sim me tem amô
E é pura como as fulô
Dos pé de manjericão!
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