Se essa pergunta já passou por sua cabeça, confira alguns dos hábitos mais desagradáveis e reconheça honestamente quantos deles você comete todos os dias
Larissa Drumond - Portal iG
Embora a chatice seja um conceito subjetivo, algumas atitudes contribuem de forma definitiva para tornar um sujeito maçante. “Quem ganha este rótulo geralmente é monótono, entediante, excessivamente pessimista, insistente ou repetitivo. Faz sempre as mesmas perguntas, é extremamente minucioso, reclama o tempo inteiro ou é inconveniente, criando uma situação desconfortável”, diz Antonio Carlos Amador Pereira, professor de Psicologia da PUC-SP.
Segue 31 ocasiões de se identificar um chato.
Gritar quando não estiver ouvindo a pessoa do outro lado da linha: no caso, ela teria que falar mais alto, não você.
Puxar conversa com pessoas ocupadas: no transporte coletivo, algumas pessoas estão cansadas, querem cochilar, escutar música ou ler. Não puxe assuntos aleatórios.
Ser invasivo: algumas pessoas são mais reservadas ou talvez você não seja íntimo o bastante. Apenas deixe clara a sua consideração.
Prolongar histórias: não narre detalhes desnecessários, principalmente se não for deixar a história mais interessante ou se o ouvinte não conhecer os personagens.
Ser impaciente no trânsito: buzinar incessantemente não faz o carro da frente andar mais rápido, principalmente se o sinal acabou de ficar verde. Respire fundo e espere.
Contar piada sem graça: evite piadas de humor duvidoso no ambiente de trabalho ou em uma festa onde você não tem intimidade com os outros convidados.
Elogiar a si mesmo: não tente se autoafirmar contando aos outros o quão incrível você é. Com o tempo, eles vão descobrir (ou não). De qualquer forma, soa arrogante.
Falar alto demais: nada mais irritante do que alguém gritando perto de você. Fale no volume necessário para ser ouvido.
Ser monotemático: ter um filho é um momento feliz, mas procure variar os assuntos. Não é necessário mostrar as 30 fotos quase iguais que você tirou dele no fim de semana.
Oferecer comida insistentemente: se alguém recusa, pode ser que ela realmente não queira, e não que esteja com vergonha. Faça-a se sentir à vontade.
Ouvir música alta: tanto pelos fones de ouvido quanto em casa, modere no volume da música. Você pode atrapalhar os vizinhos e quem estiver ao redor.
Levar o carrinho carregado no caixa rápido: alguns caixas do mercado são destinados a 10 volumes no máximo. Não leve sua compra do mês só porque a fila está menor.
Mandar mensagens genéricas: não mande o mesmo texto de "bom dia" ou passagens da Bíblia para 20 amigos diferentes.
Telefonar em horários inadequados: jamais ligue cedo ou tarde demais. Muito menos pergunte: "Ainda estava dormindo?" Respeite a rotina dos outros.
Publicar mensagens sem sentido nas redes sociais: não poste um emoticon triste, uma contagem regressiva sem contar o motivo ou uma indireta. Ninguém vai entender.
Reclamar demais: queixar-se de eventos do cotidiano é normal. Chuva, calor, trânsito atrapalham todo mundo. Mas não faça disso um hábito.
Interromper as pessoas: espere a sua vez de falar, principalmente se você vai cortar a conversa para falar de outro assunto completamente diferente.
Usar o celular em ocasiões sociais: em reuniões, festas e jantares, guarde seu telefone e use-o apenas quando precisar. Ignorar as pessoas presentes é falta de educação.
Ficar parado no lado esquerdo da escada rolante: metrô não funciona como shopping, onde as pessoas estão passeando. Se quiser ficar parado, prefira o lado direito.
Postar imagens inconvenientes nas redes sociais: você tem o direito de ficar indignado em certas situações, mas não poste fotos de pessoas doentes ou animais mortos.
Pegar emprestado e não devolver: se seu amigo emprestar um filme, um livro ou qualquer outro pertence, não demore para devolver, nem invente desculpas para adiar a devolução.
Dar opinião sobre tudo: quando um grupo está conversando e você escuta involuntariamente, entre apenas se for chamado. Não lance suas opiniões ao mundo.
Convidar-se: sabe o vizinho que se convida para comer pizza na sua casa ao encontrá-lo segurando uma no elevador? Não seja como ele.
Decidir o pedido quando chegar a sua vez: você teve tempo suficiente na fila para resolver se queria um pão de queijo ou uma coxinha. Não comece a pensar quando chegar a sua vez.
Cutucar: sua conversa já deve ser interessante o suficiente para prender a atenção alheia. Não pegue no braço das pessoas enquanto fala, nem cutuque para chamá-las.
Ser dono da razão: não pense que sua opinião é mais correta que a alheia. Cada um tem um repertório, uma experiência e um ponto de vista. Saiba respeitar.
Exaltar demais as qualidades alheias: de agradável e simpática, você ganha fama de puxa-saco. Procure não fazer comentários positivos que possam soar falsos.
Parar de repente na calçada: outras pessoas estão andando atrás de você, por isso não pare para responder a uma mensagem no celular.
Repetir a mesma palavra ou expressão: "tipo", "assim", "na verdade", "aí" e "então" são alguns vícios que passam despercebidos. Evite os cacoetes.
Monopolizar a conversa: uma conversa é feita de troca de ideias. Dê sua opinião, mas espere a vez dos outros e aprenda a ouvir.
Entrar antes das pessoas saírem: dois corpos não ocupam o mesmo lugar ao mesmo tempo: no metrô ou no elevador, espere as pessoas saírem para depois entrar.
Também existe a possibilidade de a atitude em si não ser o problema, mas sim a frequência com que ela acontece. Um colega que faz uma piada sem graça ao chegar ao trabalho consegue ser tolerado naquele momento, mas a situação se complica quando ele passa a ter o mesmo discurso todos os dias – e os outros são obrigados a escutá-lo. É facil reconhecer um chato, mas é dificíl se ver como parte desse grupo. “O primeiro passo para abandonar esta fama é a autoanálise: os amigos estão se afastando? Os conflitos nos relacionamentos aumentaram? E, então, é necessário melhorar a convivência”, sugere Helio Deliberador, professor do Departamento de Psicologia Social da PUC-SP.
Quem nunca pegou um ônibus em que alguém falava absurdamente alto ao celular? Ou foi a algum evento em que o palestrante tinha a mania de repetir a mesma expressão a cada duas frases? Ou tem aquele amigo monotemático que sempre reclama e conta os mesmos problemas? Na presença de pessoas próximas com esta característica, vale avisar.
Muita atenção, no entanto, ao modo de falar. “Não adiantar usar um tom acusatório, porque o outro fica na defensiva. A melhor saída é explicar como você se sente em relação a determinada situação e qual seria sua reação caso ele agisse de um jeito diferente”, aconselha Antonio Carlos.
A chatice, em suas mais variadas formas, pode surgir em decorrência de insegurança e pela busca de atenção - o que quer dizer que o comportamento mal recebido por quem está ao redor pode ter sido uma tentativa de se destacar. No caso de desconhecidos e colegas de trabalho, resta mesmo desenvolver a tolerância. Para ajudar, comece analisando a si mesmo: quantas das atitudes descritas na galeria acima estão entre seu repertório diário? Cuidado, o chato pode ser você.
Consultoria: Sofia Rossi, consultora de etiqueta e autora do livro “Modos e Estilo: Seu Guia de Boas Maneiras” (Editora Reproarte).
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