Postado por: Maria Fernanda Borsato
Dados da edição de 2012 da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, encomendada pela Fundação Pró-Livro e pelo Ibope Inteligência, mostram que os brasileiros estão cada vez mais trocando o hábito de ler jornais, revistas, livros e textos na internet por atividades como ver televisão, assistir a filmes em DVD, reunir-se com amigos e família e navegar na rede de computadores por diversão.
A pesquisa revelou uma queda no número de leitores no país: de 95,6 milhões, registrada em 2007, para 88,2 milhões, com dados de 2011. O índice representa uma queda de 9,1% no universo de leitores ao mesmo tempo em que a população cresceu 2,9% neste período.
Foram entrevistadas para a pesquisa 5.012 pessoas em 315 municípios brasileiros entre 11 de junho e 3 de junho de 2011. Os entrevistadores classificam como leitores quem leu pelo menos um livro nos três meses anteriores à pesquisa. O resultado de 88,2 milhões de leitores corresponde a 50% da população total de brasileiros com 5 anos ou mais (178 milhões).
O número de entrevistados que afirmaram aos pesquisadores cultivar o hábito de ler durante o tempo livre caiu 8 pontos percentuais entre 2007 e 2011, de 36% para 24%.
De acordo com o diretor do Ibope Inteligência, Hélio Gastaldi, o aumento da expectativa de vida e a redução da concentração de brasileiros em idade escolar é um dos fatores causadores da diminuição de leitores.
Além disso, Gastaldi afirmou que a leitura está mais pulverizada em diversos meios.No mesmo período, porém, a porcentagem de quem costuma ver televisão nas horas de lazer subiu de 77% para 85%. Vídeos e DVDs agora agora ocupam 38% das pessoas ociosas, contra 29% há quatro anos, e o hábito de navegar pela internet (mas sem de fato ler textos por prazer ou para se informar) aumentou de 18% para 24%. As reuniões com parentes e amigos também cresceu, de 31% para 44%. Os entrevistados puderam escolher mais de uma opção.
A presidente do Instituto Pró-Livro, Karine Pansa, acredita que ainda levará tempo para que o Brasil alcance níveis de leitura considerados ideais."A gente olha para países com índice de oito livros por ano. São países europeus. Isso é um futuro longo e a gente vai ter que batalhar muito por isso", disse.
Karina disse que é necessário que os professores incentivem o hábito da leitura nos alunos, já que a pesquisa os aponta como as pessoas que mais influenciam os indivíduos na hora de ler."Se você ver o prazer que o seu professor tem pela leitura, você vai se perguntar o porquê. E vai, no mínimo, ter essa inquietude de querer saber por que ele gosta tanto daquele livro", afirmou.
(via G1)
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