abricio Alvarado Muñoz e Carlos Alvarado disputam a presidência do país; ambos são candidatos por partidos fundados a menos de 20 anos / CELAG |
Os cidadãos da Costa Rica, país localizado na América
Central, irão às urnas neste domingo (1°) para eleger o novo presidente do
país. Mais de 3,3 milhões de costarriquenhos estão convocados para votar no
segundo turno da eleição presidencial.
O primeiro turno, realizado em 4 de fevereiro, esteve
marcado por um alto nível de abstenção; 35% da população do país se ausentou da
votação e nenhum dos candidatos presidenciais obteve os 40% dos votos
necessários para ser eleito.
No primeiro turno, Fabricio Alvorado, candidato do Partido
Restauração Nacional (PRN), liderou a votação com 24,7% dos votos. Enquanto
Carlos Alvorado, do Partido Ação Cidadã (PAC), que atualmente governa o país,
ficou em segundo lugar, com 21,7% dos votos.
Carlos Alvarado, de 38 anos, é jornalista, escritor e
integra o Partido Ação Cidadã desde 2002. Em sua trajetória política, foi
Ministro do Desenvolvimento Humano e Ministro do Trabalho e Seguridade Social,
entre 2016 e 2017. Caso ganhe a eleição, será o presidente mais jovem da
história da Costa Rica.
Já Fabricio Alvarado Muñoz, do Partido Restauração Nacional
(PRN), é deputado, jornalista e cantor evangélico. O PRN é um dos partidos mais
jovens do país. Fundado em 2005, é o maior representante da comunidade
evangélica nestas eleições. Atualmente, Alvarado Muñoz é o único deputado do
PRN e é conhecido por suas posturas conservadoras em relação a pautas como o
aborto e o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Segundo a última pesquisa eleitoral, a margem de diferença
entre os dois candidatos é de apenas 1%. Fabricio Alvarado Muñoz tem 43% das
intenções de voto e Carlos Alvarado, 42%. A pesquisa foi realizada pelo Centro
de Investigação e Estudos Políticos (CIEP), da Universidade da Costa Rica
(UCR).
Histórico
O partido de Carlos Alvarado, o PAC, fundado em 2000, chegou
ao poder pela primeira vez na eleição de 2014, quando Luis Guillermo Solís foi
eleito. A eleição de Solís marcou o fim do bipartidarismo entre o Partido da
Libertação Nacional (PLN) e o Partido da União Social (PUSC) e confirmou a
emergência de novas legendas políticas no país.
No entanto, o PAC, de tendência social-democrata e
considerado progressista, não rompeu com a inércia neoliberal predominante na
política do país durante seus últimos quatro anos de mandato.
O alto nível de abstenção, que se manteve acima dos 30% nas
últimas três eleições, também é considerado como um dos efeitos do fim do
bipartidarismo.
Contexto eleitoral
O casamento entre pessoas do mesmo sexo é um dos principais
temas da atual campanha eleitoral, e é considerado um divisor de águas na
sociedade costarriquense.
Um mês antes do primeiro turno eleitoral, a Corte
Interamericana de Direitos Humanos determinou que a Costa Rica aprovasse o
casamento entre pessoas do mesmo sexo. Ambos candidatos pautaram suas campanhas
na divergência em relação ao tema.
Enquanto Carlos Alvarado comemorou a sentença, Fabricio
Alvarado Muñoz se opôs terminantemente à resolução e ganhou projeção ao afirmar
que retiraria o país deste tribunal por ser contra a decisão.
Segundo o Movimento Alternativo de Esquerda (Maíz),
organização popular do país, o pastor evangélico fez da homofobia a sua
principal ferramenta e contou com o apoio da mídia hegemônica para se tornar um
fenômeno eleitoral.
*Com informações da TeleSur e da Agência Latino-americana de
Informação (ALAI).
Edição: Vivian Fernandes | Tradução: Luiza Mançano
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