Velório acontece na tarde deste domingo (15), no Teatro
Solano Trindade, em Embu das Artes.
Fundadora do Teatro Solano Trindade, em Embu, Trindade tinha
um papel fundamental na promoção da cultura afro-brasileira / Prefeitura de
Embu das Artes
Redação do Brasil de
Fato
Dançarina, professora, escritora, ativista da cultura negra,
rainha do maracatu, artista plástica, folclorista, coreógrafa, lutadora
incansável do teatro e cultura popular afrobrasileira. Essas são algumas das
muitas designações de Raquel Trindade, que faleceu na madrugada deste domingo
em Embu das Artes, na região metropolitana de São Paulo, aos 81 anos.
Natural de Recife, Raquel, filha do poeta Solano Trindade,
fez sua morada e local de trabalho na cidade de Embu das Artes. A causa da
morte não foi divulgada pela família e o velório acontece na tarde deste
domingo no Teatro Popular Solano Trindade, fundado há 43 anos por ela em
homenagem ao seu pai, que em 1950 criou o Teatro Popular Brasileiro.
O local, que receberá o último adeus à Raquel Trindade, é
uma referência na preservação e promoção da cultura negra e popular. Realiza
cursos, oficinas e apresentações de dança afro-brasileira, Hip Hop, ensaios
abertos de Côco de Alagoas, Maracatu, Jongo da Serrinha, Jongo Mineiro, Bumba
Meu Boi, Ritmos dos Orixás e muito mais. O enterro será amanhã, às 14h, em
local ainda não divulgado.
Obra
Raquel Trindade também foi responsável pela fundação da
Nação Kambinda de Maracatu. Mesmo sem diploma universitário, foi docente da
Unicamp, com o grupo Urucungo, Puítas e Quinjengues [nomes de instrumentos
musicais bantos], e era a intelectual responsável pelo curso de extensão
Identidade Cultural Afro-Brasileiro, na Universidade Federal de São Paulo
(Unifesp).
Era conhecida também pelo apelido de "rainha
Kambinda", uma referência a nação africana Cabinda, reconhecida por ser
matrilinear. Considerada uma griot, mestra guardiã do conhecimento, história e
cultura dos povos afro-brasileiras, Raquel é autora do livro Embu: de Aldeia de
M'Boy a Terra das Artes, publicado em 2004 e reeditado pela Noovha América
Editora, em 2011.
Nas artes plásticas, fez sua primeira exposição individual
em 1966 e foi uma das fundadoras do movimento de Artes de Praça da República,
em São Paulo. Em 2012, recebeu a condecoração no grau de Comendadora da Ordem
do Mérito Cultural.
Raquel têm três filhos e é avó do rapper Zinho Trindade.
(Com informações de O Taboanense, Afreaka e Wikipédia)
Edição: Pedro Ribeiro Nogueira
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