Um abismo separa os extremos
teoria e prática. É peculiar nos jovens, nos imaturos, iniciantes e neófitos o
planejar algo mirabolante, o pensar em fazer e acontecer antes de realmente ter
acontecido, é uma realidade indiscutível, visível e própria dos que se julgam
mais capazes que os outros.
Os iniciantes, os que planejam
ser determinada coisa, muitas vezes elaboram acontecimentos miraculosos, esta é
a fantasia dos primários, dos calouros, que tem a gana de mostrar serviço e
convencer a si e aos demais que querer é poder, é ser melhor.
Se esquecem, porém os imaturos,
das condições adversas, dos contra-tempos, dos obstáculos que muitas vezes
freiam, impossibilitam e os tornam incapazes de realizar suas ações. É quando
os iniciantes se dão conta que o planejar não é só contar com os fatores
positivos, mas estarem cientes que as negatividades estão para os planos tal
qual ou em maior medida estão os fatores positivos.
Na pratica, porém, é
irremediável, virá a frustração, onde o despertar obriga o sonhador colocar os
pés no chão, onde se reconhece que a fantasia e a realidade caminham separadas,
é quando o sonhador se dá conta que fatalmente muito dos seus planos jamais serão
concretizados.
Costuma-se opinar, criticar,
apresentar soluções sem conhecimento de causa. Esquecem-se os leigos que
somente quem palmilhou determinado caminho sentem e conhecem as dores nos pés
que o caminhar proporciona.
Certa vez um ancião disse a um
mancebo:
- “Quando eu era jovem, sonhava
em tocar fogo no mundo”.
- E o que aconteceu? (perguntou o
jovem ao velho)
- A vida me levou os fósforos”.
(respondeu-lhe o velho).
Assim acontece com os iniciantes,
com jovens, com os recém chegados. Eles planejam, sonham com a mudança, porém
quando se dão conta da realidade, percebem que na prática quase nada do que se
imaginou se concretiza. Nestes casos, colhe-se como frutos a decepção e o não
atendimento as expectativas.
É preciso cautela, pois teoria e
prática fatalmente se divergem.
Mateus Brandão de Souza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário