A expressão histórias de trancoso
aparece com freqüência na linguagem popular nordestina, denominando histórias
de encantamento, de autor desconhecido ou mesmo lendas e crendices. As
histórias de trancoso independente de autores recebem esta denominação, são
contadas pelos pais aos filhos e foram a fonte de inspiração para muitas obras
famosas conhecidas hoje como literatura de cordel.
O nome literatura de cordel
provém de Portugal e data do século XVII, esse nome deve-se ao cordel ou
barbante em que os livretos ficavam pendurados. No Nordeste brasileiro
mantiveram-se os costumes e o nome, e os livretos são expostos à venda nas
feiras pendurados e presos por pregadores de roupa em barbantes esticados entre
duas estacas fixadas em caixotes.
Pouca gente contudo sabe que,
histórias de Trancoso não é apenas uma expressão popular. Trancoso foi um
famoso escritor português do século XVI, natural de guarda em Portugal, seu
nome completo era Gonçalo Fernandes Trancoco, este escritor foi bastante
divulgado no Brasil pelo Padre Antonio Vieira, segundo alguns historiadores,
Trancoso foi quem primeiro escreveu novelas em Portugal e Espanha.
Em sua obra mais conhecida,
publicada em 1585, que teve o título “Contos e histórias de proveito e exemplo”
conforme os usos da época procurava dar lições de moral através das narrações.
Outra particularidade
interessante de Trancoso e que ainda mais o liga a literatura de cordel foi ele
ter apresentado a mais de 400 anos, um ABC em prosa, não em versos. Em seu ABC,
Trancoso enumerava as virtudes que se exigiam então das mulheres, como nos ABCs
do cordel, cada virtude tem por sinal uma das letras do alfabeto, seguindo a
ordem do abecedário.
Gonçalo Fernandes Trancoso como
se vê, pode ser considerado o precursor da literatura de cordel.
Fonte: Literaturas de Cordel da
Editora Luzeiro ltda. São Paulo Brasil.
Por: Mateus Brandão de Souza.
Nenhum comentário:
Postar um comentário