Cheia de graça
De vinho e de mágoas
Pés firmes no chão
Lábios vermelhos
Palavras tão fortes
Mãos delicadas e quentes
Viúva de homens vivos
Cemitério no coração
Ouça o silêncio:
Mais um morto
Jaz um sentimento
Sete palmos do chão!
E de repente,
Não mais que de repente
Há de surgir outro amor
Que aflorará em seu peito
Tão cheio: de medo e de graça
E lhe fará refém do esquecimento
Para mais uma morte,
Mais um enterro e um porre:
De vinho e de mágoas
Lábios vermelhos outra vez
Que venha o próximo,
Nunca o derradeiro.
Uma puta enterra,
Mas não morre de amor.
Texto de Dandhara Jordana
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