Comunicado critica a forma pela qual educação e ciência têm sido tratadas pelo governo federal, “quando se opta pela inexperiência na definição de postos-chave para a condução de nossas Instituições de Fomento à Ciência e Tecnologia”.
O Conselho de Reitores das
Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) divulgou hoje, dia 11 de agosto, uma
nota pública em que expressa a preocupação com a forma pela qual a educação e a
ciência têm sido tratadas pelo governo federal. De acordo com o comunicado, “um
verdadeiro desmanche está em curso, o qual trará graves consequências a médio e
longo prazos”.
Os reitores têm se manifestado
nesse tom com frequência, conforme são feitos os ataques ao financiamento da
pesquisa, da ciência, da tecnologia e da inovação. Foram atuantes também contra
medidas legislativas do governo estadual de João Dória, quando este propôs
utilizar recursos das universidades em outros orçamentos.
Comunicado Cruesp 009/2021
Nota pública dos reitores das
universidades estaduais paulistas
São Paulo,11 de agosto de 2021.
Há alguns meses, externamos nossa preocupação pela forma como a educação e a ciência têm sido tratadas pelo Governo Federal.
Na época, supôs-se que nossa
atitude era contra a pessoa da nova presidente da Capes, quando, na realidade,
estava relacionada ao modo de condução de todo o processo. Diferentemente de
algumas críticas infundadas, não tomamos uma ação corporativa. A história
recente do Brasil mostra que tivemos excelentes ministros, tanto da Educação
quanto de Ciência e Tecnologia, que não eram do ramo, mas se cercaram de
grandes especialistas e atuaram com competência, garantindo desenvolvimento
marcante da educação e da ciência em nosso país.
Neste momento, em face de fatos
recentes, reforçamos que nossa preocupação e desconforto aumentaram desde nosso
manifesto de 17/04/2021 e ressaltamos que um verdadeiro desmanche está em
curso, o qual trará graves consequências a médio e longo prazos.
Um jovem ou uma jovem brilhante, quando aceita um convite para trabalhar em uma universidade ou instituto de pesquisa no exterior, acarreta, para o País, a perda de mais de uma década de investimento em sua formação. Da mesma forma, a desmobilização de um grupo de pesquisa não tem retorno, mesmo havendo recursos. Lembremos que os grupos de pesquisa que responderam com ações concretas às demandas da presente pandemia já atuavam há muito tempo.
Há que se indagar a quem
interessa o retrocesso e o desmanche: certamente não à população. Mas a
persistência nessa direção continua, quando se opta pela inexperiência na
definição de postos-chave para a condução de nossas Instituições de Fomento à
Ciência e Tecnologia
Via - Portal Vermelho
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