15 de março, um dia especial para nossa querida Nova Londrina, afinal comemoramos seu aniversário, data que nos induz a fazermos algumas considerações. Desde pequeno ouvi o meu pai, filho de baiano e paulista, um pioneiro não oficial, mas que considero um pioneiro legítimo, afinal meu velho pai foi um dos primeiros a nascer nesta cidade, e ele sempre nos contou, como era a vida das pessoas no início da colonização e povoamento do município.
Muitas eram as dificuldades, as estradas que davam acesso a cidade eram precárias, não se tinha energia elétrica, nos contou da beleza das matas que tínhamos, mas que foram aniquiladas de forma brutal pelas serrarias, me falou a respeito dos animais selvagens que se podia encontrar, e pasmem, citou, que antes da poluição promovida pelo “progresso” se podia encontrar em nosso Rio Tigre, diversas espécies de peixes.
Ele sempre nos contou também histórias curiosas e divertidas, como por exemplo, as pessoas se reuniam para ouvir rádio e assistir televisão, afinal poucas pessoas na época tinham acesso a esses bens, então, principalmente em época de Copa do Mundo, as pessoas se reuniam na frente da casa do dono da TV para assistir os jogos da seleção.
Meu pai também me contava histórias da era do café e do algodão, produtos que fizeram parte do início da atividade comercial não só da nossa cidade, mas de todo o norte paranaense.
Apesar de apenas ter 26 anos de idade, também posso contar algumas coisas que vivi e presenciei ao longo da minha infância e adolescência. Fui testemunha da reforma que mudou completamente a Igreja Matriz, da construção do anfiteatro, lembro do tempo em que nosso “parquinho” vivia repleto de crianças, lembro da nossa Liga Amadora de futebol de Campo, onde o nosso João Venâncio da Rocha serviu de palco para várias partidas do Nova Londrina Esporte Clube e do Sarem.
Lembro dos campeonatos de futebol de salão organizados pela Escolinha do nosso amigo Izael Soares, pelo seu Onil, Barba e Polaco. Sinto saudade das “peladas” que todo fim de semana eu assistia da janela de minha casa no Centro Esportivo Edson Gradia que tinha como “guardião” o extinto “seu Expedito”. E quem não lembra também da Copa Cred Móveis e da Copa Sisitua? Lembro das festas juninas que as escolas municipais e que a igreja organizava.
Lembro que em minha casa nos informávamos sobre o que estava acontecendo na cidade pela nossa querida Rádio Pontal, uma rádio que hoje juntamente com a nossa Rainha FM são as principais fontes de informação sobre os acontecimentos que marcam o dia a dia não só de nossa cidade, mas também dos municípios que compõem nossa comarca.
São várias as lembranças que tenho da vida social de nossa cidade, são tantas que tive que fazer um resumo, mas são recordações que me fazem ter Nova Londrina em meu coração, afinal foi onde nasci, cresci, e me fiz gente.
Mas assim como maioria dos jovens que vivem em cidades pequenas, depois que se conclui o ensino médio ou a faculdade, fui obrigado a me “exilar”, e deixar a cidade que nasci, em busca de novos horizontes, e oportunidades.
Sei que por conta do nosso sistema econômico capitalista, as cidades pequenas servem apenas como “celeiros de mão-de-obra” para as grandes cidades e para o mundo, a falta de investimento e de iniciativa e compromisso político dos políticos locais e do governo estadual em criar fontes de empregos, são as causas da expulsão da maioria dos jovens dos pequenos municípios.
Essa realidade nos traz a seguinte constatação: “Que em cidade pequena quem se dá bem é quem se deu bem desde o início. As boas oportunidades não saem das mãos de quem as agarrou primeiro”. “A prosperidade se restringe aos mesmos de sempre”.
Infelizmente é assim, as boas oportunidades não saem das mãos das mesmas pessoas há décadas, portanto amigos leitores, neste ano de eleição, principalmente você jovem ou você que tem filhos adolescentes, vamos analisar as propostas dos candidatos a prefeito e vereadores. Não se deve vender o voto por favores pessoais nem por “churrascos”, o voto é a ferramenta que o povo ainda tem como fonte de mudança.
Portanto minha gente, candidato bom é aquele que não se restringe em prometer apenas por melhorias na saúde, educação e segurança, mas também que pense em melhorar a fonte de renda da população, o povo não precisa das disputas e das velhas “picuinhas” políticas, o povo, senhores futuros candidatos precisa de emprego, de igualdade, e de qualidade de vida.
Professor Lincoln de Britto Santos
Maringá, dia 15 de março de 2012.
Parabéns,Lincoln você disse tudo.
ResponderExcluirObrigado Luciana, acho que o que escrevi está "entalado" na garganta de muita gente que por falta de opção teve que deixar para trás, amigos, família em busca de um futuro melhor em Portugal, Inglaterra,e mundo a fora....
ResponderExcluirObrigado Luciana, acho que o que escrevi está "entalado" na garganta de muita gente que por falta de opção teve que deixar para trás, amigos, família em busca de um futuro melhor em Portugal, Inglaterra,e mundo a fora....
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