Do G1
Csanad Szegedi era famoso por seus comentários polêmicos sobre judeus.
Uma conversa gravada revelou que avó dele é sobrevivente de Auschwitz.
Foto de 7 de junho de 2009 mostra Csanad Szegedi
comemorando a entrada para o Parlamento
Europeu (Foto: Bela Szandelszky / AP)
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Então veio uma revelação que derrubou Szegedi de sua posição
de estandarte da extrema-direita: ele próprio é judeu.
Após semanas de rumores na internet, o político descobriu em
junho que seus avôs maternos eram judeus –o que faz dele também um judeu,
embora não pratique os preceitos religiosos. A avó de Szegedi foi uma
sobrevivente do campo de concentração de Auschwitz e seu avô esteve em um campo
de trabalhos forçados.
Desde então, o homem de 30 anos se tornou um pária no
partido Jobbik e sua carreira política entrou em colapso. Ele se nega a dar
entrevistas sobre o caso.
Conversa gravada
Na raiz do drama, está uma fita de áudio de uma reunião
entre Szegedi e um criminoso condenado em 2010. Szegedi reconhece que a reunião
aconteceu, mas afirma que a fita foi alterada, embora não explique de que
forma.
Na gravação, o condenado acusa o político com evidências de
suas raízes judaicas. Szegedi parece surpreso, e oferece dinheiro e favores em
troca do silêncio do homem.
Sob pressão, o político renunciou no mês passado de todos
seus cargos no partido e se desfiliou. Isso não foi o suficiente para seus
ex-colegas: na semana passada eles pediram que Szegedi também abrisse mão de
seu assento no Parlamento Europeu. O partido diz que o motivo é a suspeita de
corrupção e não as raízes judaicas dele.
Szegedi começou a ganhar destaque em 2007, como membro
fundador da Guarda Húngara, grupo de uniformes pretos e bandeiras listradas que
remetia ao Arco de Cruzes, um partido pro-nazista que governou por um tempo a
Hungria no final da Segunda Guerra e matou milhares de judeus.
Ao todo, 550 mil judeus húngaros foram mortos durante o
Holocausto, a maioria deles mandados para campos de concentração. A Guarda
Húngara foi proibida pela justiça em 2009.
Szegedi então entrou para o partido Jobbik, lançado em 2003
para se tornar a maior força da extrema direita no país. Ele logo se tornariam
um dos mais visível porta-vozes do partido. Desde 2009, ele também se tornou um
representantes da sigla no Parlamento Europeu e um dos três legisladores, cargo
que ele afirma querer manter.
Negócios
A revelação também atinge os negócios do político. Sócio de
Szegedi num site que vende produtos sobre nacionalismo húngaro, Gabor Szabo
está deixando a sociedade. A irmã do sócio também deixou o emprego como
assistente pessoal de Szegedi.
O homem que gravou a conversa com ele, Zoltan Ambrus, que
cumpre pena por porte de armas e explosivos, aparentemente rejeitou a oferta de
suborno. Ele disse que gravou a conversa a pedido de uma ala do partido que
queria derrubar Szegedi de um posto de liderança da sigla.
O polícito reconheceu a origem judaica em entrevista a
veículos húngaros. Ele disse que depois da conversa com Ambrus, teve uma longa
conversa com a avó, que lhe contou sobre o passado da família de juseus
ortodoxos.
“Foi quando eu descrobri que realmente minha avó é judia”,
disse Szegedi à Hir TV. “Eu perguntei a ela como as deportações aconteceram.
Ela esteve em Auschwitz e Dachau e foi a única sobrevivente de toda a família.”
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