Mercedes e raízes judaicas? Não foram os Mercedes
conversíveis a escolha da cúpula nazista na década de 30? Sim, foram – mas
Hitler e companhia estavam andando em carros batizados em homenagem à neta de
um rabino húngaro.
Há uma famosa foto de Adolf Hitler de 1934, onde o führer
aparece no banco de trás de um Grosser Mercedes, à frente de uma carreata de
nazistas pela primeira Autobahn concluída, entre Frankfurt e Darmstadt – o
trecho onde Rudolf Caracciola atingiria 432,6 km/h e estabeleceria o insuperável
recorde de velocidade em uma via pública. Talvez os líderes nazistas da
Alemanha fossem mais irônicos que os hipsters moderninhos, ou talvez eles não
tivessem a menor noção da história do automóvel. Mas uma coisa é certa: os
Mercedes 770, que eles tanto admiravam, trazia o nome da neta do notório rabino
húngaro Adolf Jellinek.
Quem pode explicar melhor é L.J.K. Setright em sua
obra-prima “Drive On!: A Social History of the Motor Car”, onde a história é
contada na página 28. Tem a ver com Emil, o filho de Adolf Jellinek, que em sua
juventude foi um piloto e mais tarde tornou-se o que hoje chamamos de “Relações
Públicas”:
Havia alemães no esporte, também, e representantes do que
deve ser chamado de “a outra metade da Grande Alemanha”, que era o Império Austro-Húngaro.
Um destes costumava sair-se muito bem nos eventos do Nice Speed Week (uma
corrida, um sprint ao longo da Promenade des Anglais, uma subida de montanha
até La Turbie) onde a nata da sociedade se encontrava no inverno. O diplomata
Emil Jellinek, cônsul austro-húngaro em Nice, frequentava essa alta roda e
pilotava pesados Daimlers em altas velocidades com bons resultados, o que
tornou-o muito influente na venda de carros aos finos e prósperos.
O único
empecilho encontrado por ele foi o germânico nome Daimler, desagradável aos
franceses; por isso ele insistiu que o novo modelo Daimler de 1901 fosse
batizado com o nome de sua filha…
Filho de um distinto rabino húngaro, Jellinek levava uma
vida aventureira desde cedo e acabou mudando-se mais tarde para Marrocos, onde
ele conheceu sua bela noiva Sefardita – e foi assim que o carro foi batizado
Mercédès. Como Hitler teria reagido ao desfilar no carro mais germânico do
mundo, quarenta anos mais tarde, se ele soubesse que o carro levava o nome da
neta de um rabino?
Emil Jellinek não batizou somente o carro de 1901 de Daimler
com o nome de sua filha: ele também adotou o nome em 1903 e passou o resto de
sua vida como Emil Jellinek-Mercédès.
Baixar o Documentário - Origem Secreta: A História da DC Comics - Um documentário muito interessante sobre a história da DC Comics - http://mcaf.ee/gbmye
ResponderExcluir