O modelo Cristão, Socialista e Solidário da Nicarágua, implementado pelo presidente Daniel Ortega, é reconhecido pela população do país como um fator transformador que supera os círculos viciosos da pobreza e do subdesenvolvimento, herdados do governo neoliberal.
Por Théa Rodrigues, da redação do Vermelho
Uma pesquisa feita pela empresa M&R Consultores, em julho, revelou que os nicaraguenses avaliam positivamente o compromisso do governo com as necessidades do povo, a atitude combativa da gestão, o manejo da economia e os programas sociais.
Em entrevista ao Vermelho, Fredy Franco, dirigente da Frente Nacional dos Trabalhadores (FNT) da Nicarágua, comentou a experiência positiva e as vitórias de seu país na busca por uma sociedade igualitária. Segundo ele, “o primeiro avanço importante foi reconquistar o poder político, o que possibilitou dar sequência à Revolução Sandinista” – de 1979 a 1990, a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) governou o país seguindo linhas socialistas, mas foi derrotada por políticos neoliberais, voltando ao poder somente em 2007.
“Desde então, estamos trabalhando no desenvolvimento econômico, que tem o protagonismo fundamental dos trabalhadores, produtores e camponeses”, conta o sindicalista. A ideia de Ortega de restituir os direitos convertidos em mercadorias durante os 17 anos que o país esteve sob o comando direitista, favoreceu uma mudança de estilo, políticas e ações na Nicarágua.
“Incluímos também os setores do capital empresarial que queriam acompanhar os projetos nacionais de desenvolvimento democrático e econômico”, disse ele sobre a tripla aliança entre o governo, os sindicatos e os empresários, que gerou estabilidade, sem prejuízo dos direitos de cada parte.
Franco defende a ideia de que o socialismo exige a construção de “uma nova política, uma nova economia e uma nova cultura”. Segundo ele, “não há um modelo único de socialismo”.
“Na Nicarágua, nós definimos que estamos construindo um sistema socialista cristão, que reivindica o bem comum, o amor ao próximo e o interesse coletivo” completou o dirigente que fez questão de ressaltar que, no país, “quem manda é o povo, porque há o protagonismo político dos trabalhadores”.
O modelo socialista do presidente Ortega deu à Frente Sandinista a reeleição. Em novembro de 2011, eles conseguiram maioria nas urnas e na Assembleia Nacional. “Ganhamos a última eleição com 62% dos votos, o que significou uma consolidação política e, ao mesmo tempo, do poder popular, dos trabalhadores, das mulheres, dos jovens e dos camponeses”, avalia Franco.
Para ele, as maiores vitórias do governo foram os programas sociais e a redução da pobreza. “Estamos em um processo de avanço que vai permitir, em um prazo médio histórico, ver a Nicarágua como um dos países de maior equidade e desenvolvimento da América Central”, prevê.
A população do país tem o mesmo otimismo do sindicalista. De acordo com a pesquisa Sistema de Monitoramento da Opinião Pública, da M&R, o governo de Ortega “está na direção correta” para 76% dos entrevistados, mesma porcentagem de pessoas que aprovam a gestão do comandante.
O estudo aponta também que, para 62% da população, a democracia do país “está fortalecida”. A parcela maaioritária acredita também que há mais liberdade de expressão na Nicarágua atualmente.
“Não é suficiente ter poder político, não é suficiente o desenvolvimento econômico e social, é preciso ter uma nova mentalidade”, assegura Franco. O líder sindical deixou ainda um conselho: “É importante estar unido na luta por uma sociedade nova, contra o neoliberalismo. A unidade é a chave para a vitória, somente assim podemos conseguir os ideais de justiça, igualdade e solidariedade que caracterizam os revolucionários que reivindicam o socialismo como ideal de desenvolvimento da sociedade”.
Pobreza na Nicarágua
Outra pesquisa realizada pela Fundação Internacional para o Desafio Econômico Global (Fideg), publicada pelo El 19 Digital em junho deste ano, mostra que a pobreza geral e extrema continua diminuindo no país, tal e como vinha ocorrendo nos estudos anteriores.
Segundo o jornal, entre os fatores determinantes para a redução da pobreza, estão os programas do governo, o incremento da renda e as remessas estrangeiras. Enrique Alaniz, diretor de investigações do Fideg assegurou que os projetos de educação e saúde são os que mais beneficiaram a população.
Outros programas do governo sandinista, encabeçados por Daniel Ortega, como Usura Zero, Bônus Produtivo Alimentar, Crissol, Segurança Alimentar e Nutricional, ajudaram a Nicarágua a reduzir a pobreza em 1,4 pontos percentuais entre 2011 e 2012.
Via Portal Vermelho
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