EU DEVERIA CENSURAR O BEIJO LÉSBICO ENQUANTO JESUS NÃO
CENSUROU O BEIJO DA TRAIÇÃO?
IMAGINEMOS ASSIM: Eu, Paulino, é uma noite de domingo, estou
em uma igreja pregando atrás de um belo púlpito e de repente algumas lésbicas
entram na igreja e começam a se beijar.
PRIMEIRO UMA PERGUNTA: eu ficaria irritado? É claro que eu
ficaria, primeiro porque a igreja não é um local onde as pessoas costumam se
beijar, segundo, porque seria um ato proposital com a intenção de afrontar a
liderança, a comunidade e o pregador (no caso eu), e por último, se trataria de
um beijo homossexual, onde na minha formação religiosa é algo inaceitável.
AGORA UMA REFLEXÃO: a minha indignação com a atitude das
lésbicas é uma indignação criada em mim pela sociedade. Eu fui domesticado a
crer que pessoas não devem se beijar nas igrejas. E elas, estão se beijando em
um claro sinal, também de indignação, porque não compreendem o porque o beijo
delas é tão detestado pelos grupos religiosos...
ENFIM, UMA MUDANÇA DE MENTE: sai de cena o Paulino religioso
e pregador e entra o Paulino crítico e cristão, isto é, aquele que tenta
compreender o significado daquele beijo, daquela atitude. Um Paulino que abre
mão da minha indignação historicamente produzida para tentar absorver a
simbologia daquele beijo homossexual. Surgem assim as problematizações
reflexivas.
REFLEXÃO: Porque elas vieram se beijar aqui dentro? É um
sinal de protesto? Porque os protestos incomodam? Porque fechar ruas gera
atropelamentos por parte daqueles que não concordam com os protestos? Porque
beijos lésbicos geram prisões? Porque? O que elas querem? Querem paz ou guerra?
Aquelas pessoas nas ruas queriam soluções? Mas como poderiam ter soluções
infringindo leis? Os homossexuais são ouvidos? Podem os subalternos falar? Ou
melhor, podem os subalternos serem ouvidos? Um beijo vale mais do que mil
palavras? Porque Jesus não apontou para o pecado dos soldados e centuriões
romanos, entre eles Nicodemos, que eram sodomitas? Porque?
CONCLUSÃO: depois de uma reflexão, o Paulino religioso não
quer mais voltar em cena e resta apenas o Paulino cristão. Que não censura, que
não chama a polícia, que vence suas diferenças e passa a não se inconformar com
um beijo homossexual dentro de um templo evangélico. Logo um beijo, o símbolo
do amor, da alegria e da paz. Quem sou eu para fazer guerra por causa de um
beijo. Se Jesus não se irritou com o beijo de Judas que marcou a traição, logo
eu me incomodaria com um beijo lésbico que a nada trai, nada mente, nada finge.
Pelo contrário, um beijo que demonstra a luta de um grupo de pessoas
historicamente desprezados que querem apenas serem ouvidos. Querem apenas que
suas vozes alcancem ouvidos moucos.
- Paulino Peres - Graduado em história pela UNESPAR-FAFIPA
Só Jesus na causa meu amigo!!!!
ResponderExcluirComparar um beijo no rosto (Judas em Jesus) com um beijo Lésbico é um pouco demais não acha? Respeito os homossexuais completamente. Assim comos o heteros eles tem direitos mas deveres também. O Templo é para se adorar a DEUS, seja ele Evangélico, Católico... Tudo tem a sua hora, e na hora do culto, é hora de cultuar a Deus e não troca de carícias.
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