“Nosso serviço velado já identificou parte da quadrinha envolvida nos crimes em Porto Rico, São Pedro do Paraná e Querência do Norte. O trabalho de investigação não vai parar enquanto todos não estiverem presos”
Laércio: A presença da Marinha nessa região deveria ser durante todo o ano e não somente durante a temporada ou em eventos esporádicos. |
O promotor de Justiça do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado), Laércio Januário de Almeida, participou ontem de reunião com os prefeitos de Porto Rico, Querência do Norte e São Pedro do Paraná, relatando ações de combate à criminalidade que as polícias Militar e Civil, e próprio Gaeco, têm realizado na região Noroeste. “Não estamos lidando com bandidos pé-de-chinelo, e sim com o crime organizado. São bandidos de alta periculosidade”, destacou Almeida.
A vinda do promotor e dos delegados regionais e do comando do 8º Batalhão a Porto Rico foi para prestação de contas dos serviços realizados nas cidades margeadas pelos Rios Paraná e Ivaí. Segundo o promotor, a reunião foi provocada por um abaixo-assinado com mais de 700 assinaturas e da mobilização de moradores.
Os gestores municipais que estiveram no Gaeco em Maringá, pedindo mais segurança para a região ribeirinha das três cidades envolvidas.
“Esta situação de criminalidade além dos riscos que oferece ao cidadão de bem está provocando prejuízos aos municípios. O problema não é só dos condomínios ou das marinas e sim de toda a população”, explicou o promotor.
Laércio Almeida sugeriu algumas ações que a população organizada pode tomar no auxílio ao trabalho de segurança pública, entre elas a criação nos municípios dos Conselhos Comunitários de Segurança.
“Além dos conselhos municipais os municípios também podem criar um Conselho Intermunicipal de Segurança, quanto maior o envolvimento da comunidade maior serão as ações desenvolvidas pelo estado”, disse o promotor.
Entre outras ações que o promotor propôs estavam a criação de uma Delegacia Fluvial da Marinha do Brasil na cidade de Porto Rico, a criação de um posto da Polícia Ambiental e o aumento do efetivo do policiamento. Só para se ter um ideia da gravidade da falta de policiais, a cidade de Porto Rico no início do ano tinha somente um policial de serviço por dia, para cobrir todo o perímetro urbano e rural da cidade.
“Com remanejamento do quadro agora contamos com dois PMs por expediente de trabalho”, disse o 1º Tenente da PM, Gral.
Uma das informações passadas durante a reunião que chamou a atenção é de que a Polícia Militar não possui embarcações para atendimento de ocorrências que necessitem o deslocamento em rios.
“Estamos em processo de licitação para compra de lanchas que atenderão a PM”, disse a Tenente Coronel Aldilene que destacou que são mais de 700 quilômetros de rios para serem patrulhados. “Mesmo com toda essa extensão de rios e estradas rurais somente este ano realizamos 63 operações nos portos que resultaram na prisão de 211 pessoas”, disse a comandante que adiantou a contratação de mais 356 soldados que serão distribuídos na região do 4º e 8º Batalhão da Polícia Militar.
O prefeito de Porto Rico, Paulo Prates disse ser preocupante a situação da criminalidade na região. “Sabemos das ações das Polícias Militar e Civil em nossa região, mas precisamos de mais segurança para voltar a rotina de tranquilidade em nossas cidades”, disse.
O Promotor adiantou que as investigações já apontam nomes, mas não seria possível revelá-los para não atrapalhar as investigações. “Essa quadrilha migrou de uma outra região para cá, eles já estão fazendo hora extra na criminalidade, tenho certeza que vamos prender todos os envolvidos”, finalizou o promotor do GAECO.
Promotor lamenta a prisão do irmão durante operação em Paraíso do Norte
“Meu irmão jogou o nome da minha família no lixo com o envolvimento com tráfico de drogas em Paraíso do Norte, a educação que minha mãe deu para nós não foi essa. Só tem dois caminhos para a criminalidade um é o cemitério e outro é a cadeia onde ele esta”, essa foi a frase com que o promotor de Justiça do GAECO, Laércio Januário de Almeida começou os trabalhos em Porto Rico.
Laércio Almeida que morou durante a infância e adolescência em Paraíso do Norte teve seu irmão preso, acusado de tráfico de drogas durante operação “Robocop”, realizada em Paraíso do Norte na última terça-feira, que resultou na prisão de 12 acusados de tráfico e associação ao tráfico e a apreensão de drogas e armas.
Ricardo Paiva no Diário do Noroeste
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