Um grupo de legisladores italianos ensaiou um beijo para interromper um debate que decorreu na passada sexta-feira como protesto à falta de leis na defesa da população LGBT italiana. Em causa está uma medida aprovada, no dia anterior, que estende a lei de anti-descriminação de 1993 aos casos de “crimes motivados por homofobia e transfobia”. O jornal La Republica avança que a lei foi aprovada com 354 votos contra 79, pela Câmara de Deputados. No entanto, o PdL, Partido de Silvio Berlusconi, terá feito declarações no sentido da mesma não ser aprovada pelo Senado italiano.
Um grupo de deputados do partido M5S (Movimento 5 Estrelas), como forma de protesto ao possível chumbo da lei, levantou-se durante a discussão para beijar e/ou abraçar uma pessoa do mesmo sexo, enquanto outras seguraram cartazes apelando a “mais direitos” LGBT na Itália. Defendem a “igualdade de direitos e dignidade sem género. Porque um beijo e um abraço não devem ser assustadores”.
Ainda que a lei venha a ser aprovada, os grupos LGBT têm-se manifestado negativamente sobre o conteúdo do projecto, alegando que esta pode ser uma lei “inútil”. Explicam que o projecto original, apresentado em Outubro de 2012, terá sofrido alterações significativas por pressão dos partidos da direita. Assim, a lei é considerada “perigosa” porque embora penalize a homofobia e transfobia, não prevê a descriminação com base na “orientação sexual” e “identidade de género”, conceitos que não são omissos no projecto de lei.
Esta notícia surge numa altura em que a Itália, tem sido reconhecida pela Amnistia Internacional, como um dos países mais homofóbicos/transfóbicos na União Europeia. Falham, principalmente na implementação de leis anti-disciminatórias com base na orientação sexual e identidade de género, onde estes crimes não são considerados crimes de ódio.
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