Por 264 votos contra 227, base de Michel Temer na Câmara
suspendeu a análise da denúncia contra o peemedebista por corrupção passiva.
Agora, para Temer responder por este crime será preciso esperar até o final do
mandato, no dia 1º de janeiro de 2019, quando o Supremo Tribunal Federal (STF)
poderá retomar a análise da denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República
(PGR).
No total, 15 partidos (PMDB, PP, PR, PSD, DEM, PTB, PRB,
PSC, Pros, SD, PEN, Pode, PTdoB, PSL e PRP) orientaram o voto “sim”, enquanto
dez partidos (PT, PSDB, PSB, PDT, PCdoB, PPS, PHS, Rede, PSol e PMB) orientaram
o “não”. Apenas o PV liberou a bancada para que cada deputado decidisse sua
posição.
Diferentemente da votação do impeachment de Dilma, quando os
golpistas votaram em nome de “Deus e da família”, ironicamente, dessa vez, a
base dedicou seus votos à “estabilidade política e honestidade de Temer”.
A votação foi marcada por protestos de parlamentares da
Oposição que pediam transparência e tempo para debate.
“Uma denúncia grave como essa não poderia ter sido votada
assim. Era preciso debate, mas eles tinham pressa. Temer precisa ser
investigado para o Brasil caminhar rumo às Diretas Já”, afirma a líder
comunista, Alice Portugal (BA).
Para garantir o resultado a seu favor, Temer reforçou nesta
semana a empreitada por apoio. Só na véspera da votação, o presidente recebeu
mais de 100 parlamentares e ainda teve tempo para um almoço com a bancada
ruralista, onde apresentou a recém-publicada medida provisória que alivia a
dívida previdenciária de produtores rurais.
“Para além do congelamento de 20 anos nos investimentos em
saúde e educação, o governo ainda diz que não tem recursos para investir em
faculdades públicas por conta da “herança” do governo Dilma. Mas vimos aqui que
não faltou dinheiro para comprar deputados com emendas e garantir a anistia de
Temer”, avalia a presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos (PE).
Durante a própria sessão de votação da denúncia, ministro de
Temer foi visto negociando novas emendas parlamentares, explicitando os meios
usados para garantir o governo do peemedebista.
“Vimos aqui não uma tropa de choque, mas uma tropa de
cheque”, ironiza o deputado Rubens Pereira Jr (PCdoB-MA).
Para os deputados da base governista, a manutenção do
presidente é vital para a “retomada do crescimento econômico”, uma vez que
Temer “vem conseguindo imprimir uma agenda favorável ao mercado e ao emprego”.
Apesar da “segurança” de alguns discursos, a direita
protagonizou cenas de empurra-empurra e bate-boca sob comando do deputado
Wladimir Costa (SD-PA), que chegou a classificar partidos de esquerda de
“organizações criminosas”.
“Esse é o nível dos defensores de Temer. Seria cômico se não
fosse trágico e tão sério”, disse Alice Portugal em repúdio à postura do
parlamentar.
Agora, uma nova batalha poderá ser travada quando o PGR,
Rodrigo Janot, apresentar nova denúncia contra o presidente.
Fonte: PCdoB na
Câmara
Via - Portal Vermelho
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