O Brasil emplaca no Twitter nesta quarta-feira (15) pelo
menos três termos relacionados à onda de protestos contra o bloqueio nos
orçamentos de institutos e universidades federais anunciado pelo Ministério da
Educação (MEC). #TsunamiDaEducação, #TodosPelaEducação e #NaRuaPelaEducação
alcançam os trending topics na rede utilizada como um dos principais meios de
comunicação pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL).
Na esteira da repercussão de diversos atos que estão
ocorrendo no país, além de outros previstos e da paralisação de escolas e
universidades nesta quarta, o Ministério da Educação divulgou nota afirmando
estar aberto ao diálogo para “debater sobre soluções que garantam o bom
andamento dos projetos e pesquisas em curso”, e justificou-se alegando que
foram cortadas “despesas discricionárias”.
A explicação foi rebatida pelo coordenador da Campanha
Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara. No Twitter, ele classificou a
declaração como “covarde”. “Quero saber se Weintraub aceita ficar sem água, luz
e segurança, por exemplo. As universidades e escolas federais logo estarão
nessas condições”, apontou o coordenador, referindo-se ao ministro da Educação.
Lembrando de outra declaração de Weintraub, referente à
“balbúrdia” em universidades, a cantora Maria Rita reforçou que “balbúrdia é
quando não tem verba pra manutenção do laboratório, ministro”.
Outra declaração, esta do próprio presidente também causou
polêmicas neste dia de protestos pelo país: Bolsonaro chamou os estudantes de
“idiotas úteis”. Nas redes sociais, a deputada federal Sâmia Bomfim (Psol-SP)
considerou a fala um ataque aos brasileiros: “As ruas estão cheias de
brasileiros legitimamente protestando contra os cortes na educação. Que tipo de
governante se refere assim ao seu próprio povo? O senhor é uma vergonha”.
Apesar das declarações do presidente, há um reconhecimento
maior aos atos em defesa da Educação no país, como ressalta o ex-prefeito de
São Paulo, Fernando Haddad – ministro da Educação (2005-2012) responsável por
políticas como o ProUni: “Um país que se sonha grande precisa de uma educação
de qualidade, republicana, precisa de ciência, de pesquisa, em todos os campos
do conhecimento. Não estamos enfrentando uma batalha política. Estamos diante
da defesa de um marco civilizatório”.
A ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, que, como
Haddad, disputou as últimas eleições presidenciais, manifestou pelas redes seu
apoio ao Dia Nacional de Greve na Educação, considerando as iniciativas de
Bolsonaro como “agressões ao bom-senso”. “Esse é o governo do fim: vamos acabar
com isso e com aquilo, extinguir, cortar, encerrar. Nenhuma política
construtiva, só o desmonte do que existia antes”, analisa.
O coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
(MTST), Guilherme Boulos, também ex-presidenciável pelo Psol, descreveu os atos
como um “dia de aulas nas ruas”, e criticou a postura do presidente lembrando
que “O Brasil é muito maior que Bolsonaro”.
Via - DCM
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