“Eu que já andei por todas as religiões, filosofias,
políticas e lutas, desde os nove anos de idade eu já desconfiava da verdade
absoluta”. (Raul Seixas).
Existe um conceituado número de fanáticos e religiosos de
determinadas seitas ou agremiações, que se julgam propriedades exclusivas de
Deus e por assim pensarem, tornam-se ao mesmo tempo, proprietários do Deus
altíssimo.
São pessoas que interpretam Deus ou a bíblia à sua maneira,
e desta forma, passam aos seus fiéis subordinados este “entendimento” como
sendo um conhecimento condizente com a verdade pura, absoluta e santa que
conduz as almas à salvação eterna.
Após isto, apagam ou fecham suas mentes para debates dentro
da razão e não dão importância para conceitos que são contrários ao modo com
que estes vêem Deus e o mundo, e assim, julgam-se detentores da verdade
incontestável.
Tais fanáticos fazem Deus à sua maneira e de uma forma
inversa à santificação, eles se tornam separatistas, presunçosos, petulantes,
preconceituosos e em casos mais extremos, raivosos e por assim procederem,
acabam sendo periculosos.
As mentes dos fanáticos religiosos estão fechadas para as
diferenças de opiniões e conceitos, erroneamente, não dão condições para um
debate lógico e por serem tão combatentes e hostis aos pensamentos contrários
aos seus, eles satanizam qualquer outra ótica que discorde e se diferencie de
suas supostas verdades absolutas.
Os religiosos extremistas, são de certa maneira tão fechados
para as diferenças de pensamento, preocupam-se tanto em viver, segundo eles, de
acordo com a vontade de Deus, que não se dão conta que a maneira pela qual
procedem é fatalmente contrária ao que ensinava o Cristo.
Por exemplo: Os fanáticos são exclusivistas, só o grupo
deles é digno de salvação, são preconceituosos, abominam determinadas e
inevitáveis diferenças sociais, são excludentes, vêem maldade em tudo que não
esteja à risca da cartilha imposta por seus líderes, esquecem-se os fanáticos
que seus líderes, são tão vulneráveis ao erro como qualquer outro mortal.
Ao que lemos e sabemos, o Cristo em pessoa combateu a
desunião social, a religião por sua vez, separa os homens, Cristo, o unigênito
de Deus, disse aos pecadores que ele era o único caminho e suficiente salvador
de todas as almas. Determinadas religiões, portanto, querem fazer-se
complementos de salvação, no entanto, em uma ótica acurada, percebemos que
algumas religiões, afirmam que só o Cristo não basta, é preciso também, passar
pelo crivo deste ou daquele pensamento ou norma que rege esta ou aquela
religião.
São tamanhos os absurdos apontados como doutrinas e verdades
irrefutáveis pelos fanáticos religiosos que se auto-proclamam propriedades e
proprietários de Deus, que num olhar contestador sobre suas supostas verdades,
percebemos que eles sem se dar conta, anulam em partes o sacrifício do Cristo
na cruz, pois de acordo com o que afirmam, é preciso além de Jesus, obedecer o
que rege estes grupos, não querem perceber os fiéis, que tudo isso é apenas o
ponto de vista dos criadores destas determinadas religiões, pois assim eles
entenderam como verdade.
Para muitas pessoas de diferentes religiões, se um mortal
finar-se fora de suas dependências, ele estará proporcionando para a sua alma,
a maior desventura que se possa imaginar, a ida direta para o fogo eterno.
O que fazer com os que pensam que são os únicos que irão
para o céu? O que fazer com estes tantos petulantes que se intitulam sabedores
da verdade? Como conviver com estes semeadores da discórdia e do preconceito
esbravejando em seus altares e púlpitos?
Não é nada fácil para as mentes questionadoras a convivência
com estes pernósticos que tentam impor suas verdades “absolutas e
incontestáveis”. São muitos os fanáticos, eles se proliferam juntamente com
suas religiões, os que pensam que detêm a verdade já são legiões, e enquanto
houver estes conceitos exclusivistas e separatistas, a religião será a
principal causa de divisão e separação do homem pelo próprio homem.
Mateus Brandão de Souza, graduado em História pela FAFIPA.
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