“Os homens procuram construir ou transformar o mundo segundo
suas convicções”. A História é testemunha dessa verdade, desde a Antiguidade,
homens, mulheres e instituições, conseguiram através de suas ideias influenciar
de alguma maneira a sociedade as quais pertenciam.
O jovem Alexandre o grande, um líder com ambiciosas
pretensões políticas acreditava piamente que o modo de vida grego seria
essencial para o desenvolvimento da civilização mundial. Não foi atoa que
estendeu seus domínios desde a sua Macedônia até a Índia e ao longo de sua
caminhada compartilhou essa ideia aos diferentes povos que lhe era apresentado.
Séculos mais tarde Roma, qualificou os povos não romanos
como bárbaros, isto é, com costumes e modos de vida diferentes, portanto
qualificado como inferior ao tipo de vida que a sociedade romana poderia
oferecer.
Com o advento ainda na Antiguidade e durante toda a Idade
Média, o Cristianismo a partir da moral do Evangelho procurou corrigir os erros
da sociedade pagã romana e moldar a Europa segundo suas verdades e valores
deixando marcas importantes no mundo ocidental.
É claro que em meio desse processo de construção nem tudo
foi perfeito, erros foram cometidos, imperfeições que serviram para despertar
em muitos, novamente, o desejo de reconstruir a sociedade partir de novos
valores. O iluminismo, a Reforma Protestante e as Revoluções Burguesas foram
exemplos de que o velho catolicismo falhou em meio de seu processo de
transformação social.
O mundo a partir de então se transforma radicalmente, a
religião é quase que banida da vida política, social e econômica, e sede espaço
ao pensamento laico ou secular. Desde então essa nova ideologia vem
transformando de forma drástica a humanidade, apesar de sofrer resistência por
parte dos conservadores.
A política serve de palco para observarmos essa luta pela hegemonia
e liderança das diversas ideologias que procuram através do controle do Estado
colocar em prática as propostas que segundo seu corpo ideológico podem
contribuir de forma positiva com o fim dos problemas que a humanidade enfrenta.
O Brasil neste momento tem o privilégio de observar esse conflito ideológico
que está sendo explícito no decorrer do período eleitoral.
Diversos partidos políticos, e as mais variadas instituições
civis e religiosas, procuram neste momento apresentar suas propostas a fim de
convencer a maioria da população de que sua visão de mundo pode transformar
nossa realidade que hoje convive com a gritante desigualdade social, com a
negligência estatal em garantir os direitos básicos legitimados pela
Constituição de 1988 a todo cidadão, e com o caos social gerado a partir dessas
deficiências.
Graças à democracia e a liberdade do livre pensamento, que
podemos através da discussão e da reflexão julgarmos quais são os projetos e as
ideias que são realmente capazes de resolver os problemas que nasceram dos
erros cometidos ao longo da história pelos diversos líderes e representantes
das mais variadas correntes de pensamento que até hoje lutam para se manter ou
recuperar sua hegemonia. O voto, portanto, deve ser fruto de todo um processo,
onde a análise, a reflexão e a discussão sejam responsáveis pela escolha que
livremente faremos a fim de traçar novos rumos ao Brasil.
Texto de: Lincoln Brito dos Santos, professor graduado em
história pela FAFIPA.
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