Dobra número de países com recorde diários de infecções por
coronavírus na semana passada, provocando recuos nas quarentenas e restrições a
viajantes de muitos países .
Na sexta-feira (24), segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), o mundo registrou quase 300 mil novos casos em um único dia, um recorde.
A alta foi puxada por Estados Unidos (67 mil), Índia (48
mil) e Brasil (48 mil), que responderam por quase a metade das novas infecções.
No mundo, já são mais de 16,6 milhões de casos confirmados
de covid-19 e 655 mil mortes.
O número de casos vem aumentando em países como México,
Austrália, Japão, Hong Kong, Bolívia, Sudão, Etiópia, Bulgária, Bélgica,
Uzbequistão e Israel, entre outros.
Muitos países, especialmente aqueles onde as autoridades
flexibilizaram as regras de distanciamento social, estão enfrentando o que
seria uma segunda onda de infecções, mais de um mês após registrar a primeira.
Subnotificação
Especialistas dizem acreditar que o número verdadeiro de
casos confirmados e mortes é muito maior, principalmente devido à
subnotificação.
No caso brasileiro, eles afirmam que a falta de testagem em
massa impede que esses números sejam conhecidos, além de atrapalhar a
formulação de políticas públicas.
Sem a realização de testes em larga escala, infectados que
não tenham sintomas, os chamados “assintomáticos”, podem continuar espalhando o
vírus, dificultando seu controle.
Os Estados Unidos continuam no topo da lista de casos. O
país superou 4 milhões de casos e registrou mais de mil mortes por quatro dias
consecutivos. O Brasil e a Índia – que , segundo epidemiologistas, ainda não
atingiram o pico da doença – também já superaram 1 milhão de casos.
Apenas a América Latina responde agora por 45% das mortes
por covid-19 em todo o mundo.
Em vários países, após a flexibilização da quarentena, com o
aumento de casos, voltaram a enrijecer o confinamento e exigir uso de máscara.
Outros passaram a restringir acesso de viajantes de outros países. O recuo é
observado em cidades da Austrália e Alemanha.
Na Europa como um todo, a maior circulação de turistas por
causa das férias de verão também acendeu o alerta entre as autoridades de
saúde. Reconfinamentos e restrições estão ocorrendo em regiões praianas da
Espanha. Restrições a viajantes que vêm de países onde a pandemia está
descontrolada ocorrem no Reino Unido, Noruega, Bélgica, Itália e França.
Já a Alemanha informou que implementará testes obrigatórios
para turistas que retornam de destinos de alto risco após as infecções
atingirem um recorde em dois meses.
A maior preocupação é o contágio entre os jovens, uma vez
que eles se reúnem à noite em grandes grupos nas cidades, em praias e casas
noturnas.
Segundo a prefeita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum,
os níveis de hospitalização até outubro podem exceder os registrados em junho,
o auge da pandemia.
O presidente do Quênia, Uhuru Kenyatta, que anunciou a
retomada dos voos internacionais em 1º de agosto, convocou autoridades para uma
reunião de emergência nesta segunda-feira para discutir o aumento de casos.
No Oriente Médio, Omã impôs novas restrições que começaram
no sábado, além de um confinamento de duas semanas que coincidirá com a festa
sagrada de Eid al-Adha, depois de relatar um número recorde de casos.
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