Categoria também luta contra retirada de direitos e por
proteção contra Covid-19.
Funcionários alegam que terão perda salarial - Foto: Divulgação
|
A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de
Correios e Telégrafos anunciou nesta segunda-feira (3) greve nacional da
categoria a partir do dia 18 de agosto. Segundo nota divulgada no site da
Fentect, os trabalhadores lutam contra a retirada de direitos do atual acordo
coletivo e a privatização da estatal, que vem sendo anunciada pelo governo em
meio à crise sanitária.
A categoria também reivindica proteção para os quase 100 mil
funcionários devido à pandemia da Covid-19. Segundo a Fentect, os sindicatos
têm travado batalhas judiciais para garantir aos funcionários itens de proteção
e higiene, desinfecção de agências, testagem e afastamento de pessoas do grupo
de risco, que coabitam com grupos de risco, ou têm filhos em idade escolar.
Ainda de acordo com a Fentect, a estatal se nega a fornecer
os dados de funcionários e terceirizados infectados pela Covid-19, bem como a
quantidade de óbitos na categoria.
A atual direção dos Correios propôs recentemente a redução
de aproximadamente 70 cláusulas de direitos dos seus empregados. Em nota, a
empresa afirmou que ajustará os benefícios concedidos ao que está previsto na
CLT e em outras legislações.
Entre as cláusulas do acordo coletivo que a empresa quer
suprimir estão 30% do adicional de risco, vale-alimentação, licença maternidade
de 180 dias e auxílio creche, entre outros. Segundo Emerson Marcelo Gomes
Marinho, diretor da comunicação da Fentect, com o corte o salário médio dos
funcionários dos Correios, hoje em R$ 2 mil, pode cair para R$ 1,4 mil.
“Na verdade, todo o enxugamento da folha salarial dos
trabalhadores, mais os fins dos benefícios, têm como pano de fundo deixar a
empresa enxuta para concluir o projeto de privatização colocado pelo Salim
Mattar [secretário de Desestatização e Desinvestimento] e Paulo Guedes
[ministro da Economia]”, afirma o diretor de comunicação.
Emerson Marinho nega que a estatal seja deficitária e afirma
que os Correios não precisam de aportes do Tesouro Nacional. “A direção alega
que teve prejuízo no ano passado, mas colocou no Portal da Transparência que
teve R$ 104 milhões de lucro líquido em 2019. A receita no ano passado chegou a
R$ 20 bilhões. Com a pandemia, o governo argumenta que tem que gastar mais, mas
teve acréscimo de 30% na receita de março a junho devido ao crescimento do
e-commerce”.
Em 17 de agosto, 36 sindicatos de funcionários dos Correios
realizarão assembleia para votar a deflagração da greve. Caso aprovada, a
paralisação começa à 0h do dia 18 de agosto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário