A sempre atenta Keila Jimenez, do site R-7, registrou a
curiosa cena: "A conquista do título da Copa do Brasil pelo Palmeiras, na
noite de quarta-feira (2), foi marcada por bons índices de audiência e por uma
guerra declarada da torcida palmeirense contra o narrador da Globo Cléber
Machado... A partida registrou 32 pontos de Ibope na emissora... Mas se a
audiência foi boa, o clima entre a torcida, a Globo e e o narrador Cléber
Machado nunca foi pior. Muito criticado e xingado nas redes sociais, Cléber foi
obrigado a narrar o título do Palmeiras no estúdio da Globo na zona sul de São
Paulo".
Segundo relato da jornalista, a equipe global sequer
conseguiu entrar no estádio alviverde. "O carro da emissora foi
surpreendido pelo movimento batizado de "hell's green" (inferno
verde), formado por torcedores palmeirense que, antes do início da partida,
tomaram as ruas em torno do estádio para recepcionar o ônibus do time. Segundo
fontes da TV Globo, estavam no veículo o narrador Cléber Machado e os
comentaristas Casagrande e Caio. Ameaçada com garrafas, pedras e chutes no
carro da emissora, a equipe acabou retornando para a sede". Ela foi
recebida aos gritos de "Fora Globo".
O episódio confirma a crescente revolta das torcidas - e não
apenas da palmeirense - contra o império global, que monopoliza as transmissões
no Brasil. Em setembro passado, o núcleo "Futebol, Mídia e
Democracia", fundado pelo Centro de Estudos Barão Itararé, lançou a
campanha "Jogo 10 da Noite, Não". A iniciativa visa mudar o absurdo
horário das partidas, que fica refém da programação da TV Globo, prejudicando
os torcedores e os próprios times. A campanha ganhou rápida adesão, com os
torcedores de vários cantos do Brasil produzindo cartazes, faixas e adesivos.
Aos poucos, o refrão "O povo não é bobo, fora Rede Globo", constantes
nas manifestações populares, poderá ganhar ainda maior força nos estádios do
país.
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