O Brasil tornou-se um país tão anormal que as conspirações
nem sequer cuidam de andar pela sombra.
Hoje, na Folha, o título é escancarado: “Cunha e oposiçãoestudam driblar decisão do STF sobre impeachment”.
A primeira burla já está definida:
“Uma primeira ação discutida entre a oposição e Cunha é
aprovar um projeto de resolução, já apresentado pelo DEM, incluindo no regimento
interno da Câmara a possibilidade de chapas avulsas para compor comissões. Um
dos pontos barrados pelo STF foi justamente esse: o fato de a comissão do
impeachment ser formada por uma chapa concorrente à indicada por líderes
partidários.”
Calhorda e primário, porque só se o plenário do Supremo
fosse composto apenas por Gilmar Mendes e Dias Tóffoli para aprovar-se uma
barbaridade destas, feita em evidente fraude a uma decisão judicial.
Vão manipular-se os prazos, paralisar decisões, apostar no
caos econômico, fazer todo o tipo de manobra protelatória, legítimas ou
ilegítimas.
E, no rasgo de desfaçatez que une Cunha aos demistas e
tucanos de bico de fora, o presidente da Câmara “tentará evitar colocar suas
digitais nas articulações.”
Tudo, claro, devidamente permitido pelo fato de o Supremo
ter, lenientemente, deixado para “depois do Carnaval” o já tardio pedido da
Procuradoria Geral da República para que afastasse Cunha do cargo.
Até lá, todo poder aos conspiradores.
Via Blog do Miro
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