Durante entrevista à imprtensa, o ex-ministro da Aviação
Civil Eliseu Padilha disse
ainda que o PMDB está “dividido” em relação ao
impeachment
|
Mariana Jungmann - Repórter da Agência Brasil
O ex-ministro da Aviação Civil Eliseu Padilha disse domingo
(6) que não participará de uma “conspiração” pelo impeachment e que “a chance é
zero” de que ele e o presidente nacional do PMDB e vice-presidente da
República, Michel Temer, participem de articulações para que o afastamento da
presidenta da República aconteça.
“Quem conhece o presidente Michel Temer e me conhece sabe
que conspiração não cabe no nosso vocabulário. Ele é um homem que é um
democrata vocacionado à observância da Constituição e da Lei. Então ninguém
espere de Michel e de mim golpe. Nós não seremos parceiros de golpe nenhum,
nunca”, afirmou Padilha durante entrevista à imprensa para esclarecer os
motivos que o levaram a protocolar, na última quinta-feira (3), a carta datada
do dia 1º de dezembro, com o pedido de exoneração do cargo.
Peguntado se ambos pretendem trabalhar a favor da presidenta
para que ela fique no cargo, Eliseu Padilha disse que o PMDB está “dividido” em
relação ao impeachment e que Temer está “ouvindo a todos” e só irá se
manifestar quando tiver uma posição partidária.
“O PMDB tem uma composição múltipla. Uma parte do partido
apoia e é fiel ao governo de forma incondicional, uma parte é neutra e uma
parte faz oposição. O presidente Michel Temer tem que ser tradutor dessa
vontade do partido, sob pena de perder o controle do partido. E esse é o
momento que faz que ele tenha a posição que ele tem de refletir, de colher
opiniões, para depois poder expressar”, disse.
De acordo com o ex-ministro, um dos motivos que o levaram a
se afastar do cargo foi um “chamamento” do próprio Temer, para que cuide da
articulação do partido, sendo interlocutor com os 27 diretórios regionais sobre
o projeto para as eleições de 2016 e 2018.
“Eu sou aqui um executor daquilo que o presidente vai fazer
no partido. Eu venho para cá para cuidar das eleições de 2016, 2018, cuidar do
partido para que a gente possa ter as eleições que nos garantam ser o maior
partido do país também a partir de 2016 e, mais ainda, a partir de 2018”,
afirmou.
Ainda de acordo com Padilha, outras questões influenciaram
na decisão, como o fato de não poder dispor do Fundo Nacional da Aviação Civil
para tocar os projetos de ampliação e construção de aeroportos regionais, com
os quais vinha se comprometendo junto a prefeitos e deputados. De acordo com o
ex-ministro, o contingenciamento do fundo é compreensível, dado o momento
econômico vivido pelo país, mas que o deixou “frustrado”.
Padilha disse também que quer voltar a se dedicar aos seus
compromissos como advogado e empresário, mas admitiu que o fato de ter visto
uma indicação sua para a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ser retirada
pelo Palácio do Planalto, foi um episódio que o fez “decidir” pela entrega da
carta.
Edição: Aécio Amado
Nenhum comentário:
Postar um comentário