O fundamentalismo religioso poderá um dia ser tratado como
doença mental - e curado. Quem diz isso é Kathleen Taylor, pesquisadora em
neurociência da Universidade de Oxford. A afirmação foi feita na última
quarta-feira, 19, em um festival literário no Reino Unido.
Quando foi questionada sobre o futuro da neurociência,
Kathleen afirmou que “uma das surpresas pode ser ver pessoas com certas crenças
como pessoas que podem ser tratadas”, descreveu o jornal Times of London.
“Alguém que se tornou, por exemplo, radical em relação a uma
ideologia - podemos deixar de ver isso como uma escolha pessoal resultante do
puro livre-arbítrio e podemos começar a tratar isso como algum tipo de
distúrbio mental”, disse a pesquisadora. “De várias formas isso pode ser uma
coisa muito positiva porque sem dúvida as crenças em nossas sociedade podem
provocar muitos danos.”
A autora deixou claro que não estava se referindo apenas ao
fundamentalismo islâmico, mas também a cranças como a de que espancar crianças
é aceitável.
Kathleen é autora do livro Brainwashing: The Science of
Thought Control (Lavagem cerebral: a ciência do controle de pensamentos, em
tradução livre), em que explora a ciência por trás das táticas de persuação de
grupos como a Al Qaeda. “Todos nós mudamos as nossas crenças. Todos nós
persuadimos uns aos outros para fazer coisas; todos nós assistimos publicidade;
somos todos educados e experimentamos religiões; a lavagem cerebral é o extremo
disso; é coercitiva, forte, um tipo de tortura psíquica”, disse ela em um vídeo
no YouTube. A pesquisadora também é uma das que se preocupam com a ética de se
aprofundar muito no cérebro humano, como as tecnologias que podem escanear ou
manipular neurônios.
Tatiana de Mello Dias
No Galileu
Via Contexto Livre
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