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No Manézinho Impertinente
…eu pensava que, pra comprar um colchão, era só chegar numa loja e pedir… ”Moça, eu quero um colchão”…
Mas, nesse mundo tecnológico nada é tão simples. A
tecnologia está aí pra assegurar um mundo de novas descobertas, novos saberes e
…novas complicações.
Descobri que essa frase é uma sentença. Uma senha que te
empurra pra dentro de um labirinto, um cipoal tecnológico, de onde tu só
consegues sair depois de um curso intensivo e de uma peregrinação ao Monte
Santo de Morfeu.
Cheguei numa loja e, titubeante, pronunciei a senha:
- Moça, boa tarde, eu queria comprar um colchão.
- Boa tarde, o senhor já sabe o tipo?
- Sim, eu quero do tipo que serve pra deitar.
Dito isso, desencadeou-se O Processo.
Ela percebeu que eu não entendia nada de colchões.
Deve ter imaginado que eu recém sai de alguma caverna.
Era a senha para um longo aprendizado que prometia mudar
minha vida.
Mola ensacada, mola contínua, KGF (ou seria GFK, ou KFG?),
silicone, espuma da NASA, densidade 28, densidade 33, fibra de banana, fibra de
bambu, longarinas, membranas, térmico, antialérgico, ortopédico… um cipoal
tecnológico.
Enfim, depois da imersão, minha vontade era comprar uma
esteira de palha.
Daí, a moça que, nessas alturas, já era meu fio de Ariadne,
me convenceu a comprar um colchão que vai embalar meus sonhos cantando
“Boi-boi-boi-boi-da-cara-preta”, com a voz de minha Mãe quando cantava pra me
ninar e que vai me remeter aos tempos mais singelos e felizes de minha vida.
Agora, estou me concentrando pra iniciar o Curso
Preparatório para Comprar Lençóis, com Extensão para Travesseiros.
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