Perícias da Polícia Federal descartaram a existência de
edições nos áudios gravados por Joesley Batista, um dos donos da JBS, de
conversas suas com o senador Aécio Neves (PSDB) e com Rocha Loures, ex-assessor
do presidente Michel Temer. Os peritos já tinham chegado à mesma conclusão no
caso da conversa de Joesley com Temer. Os profissionais afirmam que as
interrupções existentes nos áudios decorrem do gravador utilizado pelo
empresário. Os laudos sobre as conversas com Aécio e Rocha Loures foram
anexados em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).
Na conversa com Joesley, Aécio pediu R$ 2 milhões dizendo
que precisava dos recursos para pagar um de seus advogados. A entrega foi feita
a um parente do senador e filmada pela Polícia Federal em ação controlada. A PF
ressalta que há 144 descontinuidades na gravação, mas que isso não significaria
a existência de edição, uma vez que os gravadores utilizados pelo empresário
por Joesley para registrar as conversas tem dispositivo que aciona a gravação
de acordo com a frequência sonora, interrompendo em momentos de silêncio.
"Considerando-se todas as técnicas aplicadas na
realização dos exames, não foram encontrados elementos indicativos de que as
gravações questionadas tenham sido adulteradas em relação ao áudio original,
sendo as mesmas consistentes com a maneira em que se alega terem sido
produzidas", registram os peritos.
Rocha Loures, por sua vez, foi gravado depois de ter sido
apontado por Temer como seu homem da mais estrita confiança. Joesley pede a ele
interferência a favor de seu grupo em órgãos do governo e o ex-assessor chega a
telefonar durante a conversa, no viva voz, para o então presidente do Cade,
Gilvandro Araújo. Os peritos afirmam que neste diálogo entre Rocha Loures e
Joesley há 511 descontinuidades, mas a conclusão é a mesma, atribuindo ao
gravador as interrupções.
"No caso concreto dos arquivos de áudio questionados,
conforme detalhadamente explicitado, não foram encontradas nas análises
realizadas qualquer evidência de que os referidos arquivos tenham sido
adulterados", registram os profissionais da PF.
Os dois laudos são assinados por Paulo Max Gil Innocencio
Reis e Bruno Gomes de Andrade. Os dois profissionais são os mesmos que
analisaram o áudio envolvendo Temer.
Do Globo.com
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