Dezenas de manifestações pró-Lugo foram
realizadas ontem em várias regiões do Paraguai. Os protestos organizados pela
Frente Nacional de Luta pela Democracia, formada por sem-terra, estudantes,
líderes sindicais e sem-teto, rechaçam o que os manifestantes chamam de
“violação da democracia e da soberania popular” no processo de
impeachment do presidente Fernando Lugo, deposto na última sexta-feira
depois de um julgamento político que durou pouco mais de 30 horas.
Foram organizados marchas e bloqueios de
rodovias nas proximidades de Assunção, nas principais fronteiras com o
Brasil e a Argentina e no interior dos estados de San Pedro – onde se
concentra o maior número de sem-terra do país –, Concepción, Alto Paraná,
Guairá, Itapua e Caaguazú. No início da manhã, paraguaios e argentinos
bloquearam por cerca de três horas a Ponte Internacional San Roque González de
Santa Cruz, entre Posadas (AR) e Encarnación (PY).
Em Ciudad del Este, na fronteira com Foz do Iguaçu, cerca de 200
manifestantes deixaram a praça em frente da prefeitura, onde parte do grupo
está reunida desde quinta-feira, por volta das 13 horas e seguiram até a aduana
da Ponte da Amizade. A intenção, segundo os organizadores, era bloquear a
entrada e saída de pessoas e de veículos, o que acabou impedido pela polícia.
Na confusão, o trânsito chegou a ser interrompido por 15 minutos.
De acordo com os manifestantes a condução do julgamento político
de Lugo teve como principal marca a inconstitucionalidade. “As acusações contra
o presidente foram graves e ele teve menos de 20 horas para organizar e
apresentar a defesa”, observou o universitário Mario Cantero ao alertar para
uma suposta intenção de se desestabilizar o país e se restaurar a ditadura.
Outro protesto, desta vez para fechar a Ponte da Amizade,
está programado para hoje. Também houve manifestação a favor de Lugo em
Montevidéu, no Uruguai.
Fonte: Gazeta do Povo.
Fonte: Gazeta do Povo.
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