AP/Arquivo Público do Estado de São Paulo |
A presidente Dilma Rousseff foi colocada no pau de arara,
apanhou de palmatória, levou choques e socos que causaram problemas graves na
sua arcada dentária durante as torturas que sofreu na ditadura, segundo revelam
os jornais "O Estado de Minas" e "Correio Braziliense".
Ambos periódicos reproduzem uma entrevista de Dilma ao
Conselho de Direitos Humanos de Minas Gerais concedida em 2001, na qual narra
as torturas que sofreu entre 1970 e 1973, quando foi detida e condenada por um
tribunal militar como militante de um grupo de esquerda que lutava contra o
regime militar.
No depoimento, a chefe de Estado disse que às vezes não
sabia se os interrogatórios "de longa duração" aconteciam de dia ou
de noite.
Os torturadores costumavam amarrá-la de cabeça para baixo
para depois aplicar cargas elétricas, um método de tortura que "não deixa
rastro, só te mina", segundo as palavras da presidente.
"O estresse é feroz, inimaginável. Descobri, pela
primeira vez, que estava sozinha. Encarei a morte e a solidão. Lembro-me do
medo quando minha pele tremeu. Tem um lado que marca a gente pelo resto da
vida", afirmou Dilma.
Essas sessões de torturas foram realizadas no Destacamento
de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-CODI)
de São Paulo, e também em uma prisão da cidade de Juiz de Fora, em Minas
Gerais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário