Vamos recapitular um pouquinho: estamos em 2012, certo? Quantas vezes você, amiga feminina e feminista, já teve que ouvir, só este ano, que não é tão assim feminista afinal é vaidosa/ se depila/ tem namorado/ gosta de sexo? Sim, e esteriótipo masculino e também feminino (esse tipo de comentário vindo de nossas pares é absurdamente comum) segue popular, e é triste pensar que com tanto avanço ainda tenhamos que dar uns passos para trás e explicar que feminismo não é a negação do feminino com o objetivo de conseguir igualdade entre gêneros, e sim sua valorização.
Mas parece que uma celebridade veio explicar bem didaticamente que, vejam só, para ser feminista basta sê-lo. Valesca Popozuda, funkeira e desbocada, não é conhecida por seus artigos publicados em relação às mulheres, por sua participação em marchas e nem por retrucar toda e qualquer acusação machista. Pelo contrário, é dona de um popozão construído à base de malhação e implantes, é vaidosa e fala em suas letras o que pensa – mesmo que isso acabe causando rubor nos ouvidos mais castiços. A última da cantora foi se posicionar contra o preconceito em um ensaio-protesto, acompanhado de entrevista para o site Ego. Segundo ela, o trabalho com o corpo não é uma forma de submissão, e ela faz o que bem entende com ele.
Toma essa, comissão julgadora. |
“Tem gente que diz que mostrar o corpo no palco, como eu faço, é também uma forma de submissão. Mas não estou nem aí. O corpo é meu e faço o que quiser com ele e com a minha sensualidade. O problema é meu. Ninguém tem nada a ver com isso. Isso vale para todo mundo: para a mulher, para o gay, para o bi.”
O texto segue com outras aspas bastante interessantes. Como, por exemplo, o preconceito que sofreu das próprias mulheres no começo da carreira:
“No começo da ‘Gaiola das Popozudas’, as mulheres que iam aos meus shows me xingavam, me chamavam de piranha e até já chegaram a me tacar latinha de cerveja. Aos poucos elas foram começando a curtir e vendo que o que eu estava cantando poderia ser a história de qualquer uma.”
Tá vendo como o que dissemos acima não é mentira? Mas Valesca está fazendo a sua parte. Em uma camada onde a religião é forte e o preconceito, um escudo, ela própria tem suas opiniões que nem sempre batem com as que, supostamente, as feministas “devem” ter. Mas são todas fruto de escolha, que é uma boa base de raciocínio. Vale a pena ler a entrevista inteira e lembrar que o feminismo pode vir de qualquer pessoa que esteja disposta a ver uma sociedade igual para todos os gêneros. É isso que Valesca quer, aparentemente, e deve ser respeitada por isso.
Ser feminista e representada por uma biscate,eu dispenso!,se isto é ser feminista e anti feminista é o que?.
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