Em cima do Big Ben jaz Mario Balotelli, o atacante da equipe
italiana de futebol. Ele não desfere bofetadas em aviões como King Kong no topo
do arranha-céu novaiorquino Empire State Building, mas chuta bolas de futebol.
É o que vemos na inoportuna caricatura de Valerio Marini na
edição de terça-feira (25) do diário italiano Gazetta dello Sport.
Segundo Marini, a ideia era mostrar Balotelli, que joga pelo
Manchester City, a dominar a equipe inglesa nas quartas de final da Eurocopa,
ou Copa da UEFA, a competição entre clubes europeus. Isso no domingo, em Kiev,
quando os italianos venceram os ingleses nos pênaltis.
Marini não convence.
E nem os editores do Gazetta dello Sport, diário de maior
tiragem da Bota. Eles publicaram as seguintes linhas: “Nesses tempos precisamos
ser mais cautelosos e moderados, mas sempre lutamos contra o racismo, sempre
julgamos inaceitável quando Balotelli é vaiado”.
No entanto, Marini e o diário sequer pediram desculpas a
Balotelli pela infeliz caricatura.
Balotelli, nascido em Palermo e adotado aos dois anos por
uma família italiana, é o primeiro jogador negro da equipe nacional italiana.
Costuma provocar controvérsia por onde passa, mas ao mesmo tempo esse filho de
pais biológicos ganenses é sempre vítima de ataques racistas.
Na primeira vez em que adentrou o campo com uma camisa da
equipe nacional italiana num jogo contra a Romênia leu numa faixa: “Não para um
time multiétnico”.
Na Eurocopa torcedores espanhóis e croatas fizeram imitações
de macaco ao ver Balotelli. Um croata jogou uma banana em campo.
Balotelli avisou antes do evento que sairia de campo se
fosse vítima de ataques racistas. Michel Platini, presidente da União das
Federações Europeias de Futebol (UEFA, na sigla em inglês), retrucou: “Se ele
fizer isso receberá cartão amarelo”.
Platini deixou transparente que o racismo não será
erradicado do futebol europeu.
Fonte: Carta Capital - Via Blog do Vermelho.
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