Caiu a desigualdade de repasse de verbas federais e de
indicadores de desenvolvimento humano entre os municípios brasileiros, entre
2002 e 2012. A constatação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
(Ipea), que divulgou nesta segunda-feira (2) indicadores da pesquisa Cidades em
Movimento: Desafios e Políticas Públicas, no Rio de Janeiro.
De acordo com a pesquisa, em dez anos, no período estudado,
as receitas disponíveis nas prefeituras passou de 6,4% para 8% do Produto
Interno Bruto (PIB). O resultado reflete ampliação da arrecadação municipal e
de transferências de recursos federais por meio de políticas públicas, segundo
o presidente do Ipea, Marcelo Neri, que antecipou os dados em entrevista.
De acordo com Neri, pesaram mais na redução das
desigualdades econômicas e de desenvolvimento entre os municípios,
principalmente programas de saúde, educação e de assistência social, como o
Bolsa Família. Com isso, os maiores beneficiados são aqueles de pequeno ou
médio porte.
Outro dado indica que o número de pessoas morando em favelas
na região metropolitana de Brasília mais que dobrou em cinco anos. A pesquisa
completa, com todos os indicadores, será divulgada nos próximos dias.
Desigualdade em Brasília
O número de pessoas morando em favelas na região
metropolitana de Brasília mais que dobrou em dez anos. A capital federal está
na contramão do restante do país, onde, em média, a população brasileira
cresceu 14,5% entre 2000 e 2010 e a quantidade de pessoas morando em favelas
aumentou 6%. Em Brasília, no entanto, o número de indivíduos em favelas subiu
50,7%.
Segundo o estudo do Ipea, Brasília está entre as capitais
onde a população morando em favelas mais cresceu em uma década: 50,7%. Em
seguida vem Manaus (29,2%), Belém (14,7%) e Rio de Janeiro (9,3%). De acordo
com o presidente do Ipea, Marcelo Neri, o estudo não é conclusivo, mas indica a
verticalização das favelas, reflexo do aumento do preço dos imóveis em grandes
centros.
Responsável pelo estudo, o pesquisador Rogério Boueri
ressaltou ainda que no Entorno de Brasília, onde está a maioria desses conglomerados,
há um “boom imobiliário” que tem elevado os preços dos imóveis, especialmente
nas regiões de baixa renda. “As pessoas estão sendo expulsas para áreas com
mais favelização como Águas Lindas de Goiás, Valparaíso e Cidade Ocidental“,
citou.
Por outro lado, entre as maiores regiões metropolitanas do
país, diminuiu o número de pessoas morando nessas condições: Curitiba (22,1%),
Belo Horizonte (12,8%) e Porto Alegre (6%), resultado da “redução da
desigualdade (socioeconômica) e da pobreza”, diz o documento.
O número de pessoas vivendo nas favelas passou de 10,6
milhões para 11,2 milhões, entre 2000 e 2010, em todo o país. Em geral, foram
classificados como favelas aglomerados urbanos localizados geograficamente com
base na renda e número de banheiros por domicílio.
Fonte: Agência Brasil
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